14 de Setembro de 2023 às 16:21

Veja a entrevista com familiares e a história de Padre Eustáquio, nas celebrações de 80 anos de sua morte

Neste ano, foram realizadas as celebrações de 80 anos da morte de Padre Eustáquio

Para ver a entrevista traduzida, acesse configurações do You Tube, e ative legendas em português

Nesse mês de agosto, celebra-se o aniversário de  falecimento de Padre Eustáquio (Eustachius Van Lieshout) : 80 anos. E mesmo tendo passado tanto tempo, a admiração e devoção pelo Beato Padre Eustáquio só tem aumentado. O sacerdote holandês, viveu e foi quem assinou a escritura do Colégio Dom Lustosa em Patrocínio;  viveu em Romaria-MG, de 1925 até 1935, servindo também às paróquias de Indianópolis-MG e Iraí de Minas-MG. Construtor do atual Santuário de Nossa Senhora da Abadia da Água Suja.

Em 15 de junho de 2006, Padre Eustáquio foi beatificado, em cerimônia no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte. Em 2007, em 26 de agosto, houve o traslado dos restos mortais do beato para o novo memorial do santuário.

No mês de agosto, principalmente nas cidades onde ele viveu, aconteceram festas e muitas comemorações (pois para os Cristãos, a a morte na verdade é o inicio da vida eterna).

A Família Holandesa de Padre Eustáquio esteve no Brasil e e visitu Romaria, Patrocínio e Belo Horizonte (MG) e Poá (SP), cidade onde Padre Eustáquio viveu e praticou caridade, construiu a Casa dos Pobres e o Santuário.VEJA VIDEO ACIMA.

Nas fotos abaixo, familiares de Padre Eustáquio, assistindo Missa na Igreja de Santa Luzia, onde Padre Eustáquio celebrou e realizou alguns dos seus milagres conhecidos.

Conheça, abaixo, um pouco da história de Padre Eustáquio e sua relação com Patrocínio e região, pesquisada por Eustáquio Amaral, colunista do Patrocínio On-line.

O COMEÇO DE TUDO – Depois de 20 dias de viagem, o navio Flaudria (alguns autores escrevem navio Orânia) chega ao Rio de Janeiro, com os padres holandeses Norberto, Gil, Matias e Eustáquio. Maio de 1925. Todos sabiam um pouco de espanhol e nada de português. Já em julho/1925, os quatro, em Água Suja (Romaria), criam a primeira casa da Congregação dos Sagrados Corações, no Brasil.

PRIMEIRO CONTATO OFICIAL COM PATROCÍNIO – Padre Eustáquio, morando em Água Suja, estava se movimentando para construir o Santuário. Enquanto isso, na cidade de Patrocínio, o Bispo diocesano de Uberaba, Dom Antônio de Almeida Lustosa, decide pela criação de duas escolas católicas. A primeira para meninos. Em 11 de setembro de 1926, na residência do Cel. Honorato Borges (felizmente, o belo casarão ainda está lá), o Cel. Marciano Pires vende, por 70 contos de réis, ou 70 mil réis, o prédio (hoje, Rua Afonso Pena) à comissão formada por seis coronéis. Essa comissão foi designada pelo Bispo para viabilizar o prédio de funcionamento da escola. Em seguida, a mesma o doou à Congregação. E Padre Eustáquio assinou a inerente escritura da futura escola. Cinco meses depois, fevereiro de 1927, o Ginásio Dom Lustosa iniciou as suas atividades, sob a direção dos padres holandeses Mathias van Rooy e Feliberto Braun.

MAIS VISITAS DE PE. EUSTÁQUIO A PATROCÍNIO – Por ser da mesma congregação de Patrocínio (Sagrados Corações), por ter diversos conterrâneos (holandeses) no Ginásio Dom Lustosa e na Paróquia N. S. do Patrocínio, e, pela sua paróquia de N. S. da Abadia (Água Suja) pertencer à mesma diocese (Uberaba), que Patrocínio pertencia, o santo homem veio ao Município algumas vezes, durante a sua permanência em Água Suja (Romaria), de 1925 a 1935. Como a viagem era feita a cavalo, ou às vezes, em um automóvel importado, há três vindas registradas, pelo menos, nesse período. A história oral conta que em 1927, primeiro ano do ginásio, ele visitou a cidade. Segundo Lucélia Borges, em seu livro, há indicadores que Pe. Eustáquio esteve, em 11 de junho de 1932, na festividade da escola no Cine Teatro Odeon (Largo do Rosário). No ano subsequente, em 18 de junho de 1933, o sacerdote veio a Patrocínio orar e evangelizar em um retiro religioso para senhoras. No mesmo ano, em 5 de novembro de 1933, retornou à cidade com missão idêntica. Em 1939, veio visitar à sua Patrocínio, outra vez.

MOROU NO GINÁSIO DOM LUSTOSA – Depois de ser o pároco em Poá (SP), de 1935 a 1941, onde promoveu verdadeiros milagres aos fiéis, segundo a imprensa nacional, Pe. Eustáquio foi afastado de Poá, por pressão política e de médicos paulistas. Nesse cenário, a Igreja tentou colocá-lo no anonimato, mudando a sua residência de cidade em cidade (diversas), inclusive Patrocínio (maio/1941). E a multidão sempre o descobria, visando ter a sua benção. Após “se esconder” em outras diversas cidades, finalmente o bendito sacerdote chega a Patrocínio para residir, em 13 de outubro de 1941.

E OS MILAGRES CONTINUARAM ACONTECENDO... – A Paróquia o destacou como capelão da Igreja Santa Luzia (uma velha e pequena igreja). Porém, os fiéis da região sempre se postavam à porta da igreja para receber a benção. Era comum ter quase 800 pessoas, em pé, sobre o chão (de terra mesmo!) da praça (Largo). De 13/10/1941 a 13/02/1942, vários eventuais milagres ocorreram. Tais como: paralítico andou, mudo falou, surdo escutou, criança se curou. Tudo narrado por testemunhas oculares, de Patrocínio.

O FINAL – Após dois meses em Ibiá, Pe. Eustáquio chegou a BH em 4/4/1942. Durante um ano e quatro meses, encantou a capital com a sua fé, incluindo o prefeito Juscelino Kubstchek, que também recebeu consequências de sua bondosa ação. No ano seguinte, 30/8/1943, faleceu decorrente de tifo (doença infectocontagiosa).

O RECONHECIMENTO – Belo Horizonte sabe quem foi Pe. Eustáquio. Sabe o seu valor espiritual e pastoral. Poá (SP) também. Romaria, que abriga o seu memorial (pequeno museu) e a sua horta medicinal, idem. Patrocínio nem tanto. Esse holandês quase santo carregou Patrocínio em seu coração. Ofereceu muito, recebeu pouco. O livro “Bem-Aventurado Eustáquio”, de       Lucélia Borges, é um belo exemplo de reconhecimento. Mas, é ação singular. A cidade precisa saber mais quem foi. E reverenciá-lo. Questão de mérito. E fé.

 


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