BRASÍLIA (DF) - Segundo narrativa oficial da Polícia Militar do Distrito Federal, na madrugada sábado para domingo equipes ROTAM patrulhavam a área central de Brasília devido a um evento cultural com cerca de 10 mil pessoas. Viaturas de Patamo também reforçavam o patrulhamento, quando o COPOM informou que um Caminhão dos bombeiros foi tomado por furto na cidade satélite da Ceilândia e se deslocava desgovernadamente e em alta velocidade para a região central de Brasília.
As viaturas sob ordem do ROTAM comando se deslocaram imediatamente pela via Estrutural afim de interceptar o caminhão, sendo que na altura da cidade do automóvel o caminhão foi avistado vindo em pista oposta, sendo impossível realizar manobras mais seguras para acompanhar o caminhão.
Uma equipe da ROTAM optou por seguir na contra mão em altíssima velocidade afim alcançar o veículo desgovernado, principalmente devido a vasta quantidade de pessoas que participavam de um show na área central e além de todas as vidas que estavam ameaçadas no deslocamento desgovernado do Caminhão dos Bombeiros.
Na narrativa policial, os militares “temendo o imenso desastre iminente que poderia vir a acontecer, sob a ótica contemporânea onde somos surpreendidos a todos os momentos com atos terroristas e de grande repercussão pelo o mundo, como atropelamentos em massa em outros países, mesmo que não seja nossa realidade cotidiana, somos imbuídos da missão de servir e proteger mesmo com o risco da própria vida, de tal forma prefixos de ROTAM patrulhavam com o PATAMO, alançaram o caminhão desgovernado e em alta velocidade tiveram que realizar a única opção técnica para impedir que seu condutor tivesse êxito em seu intento. Disparos precisos foram realizados primeiramente nos pneus dianteiros e em seguida nos traseiros sabendo que a perda da estabilidade traseira o faria rodar no local mais adequado e seguro”.
Ao final do evento a equipes obtiveram êxito com o mínimo de danos e nenhuma pessoa ferida.
Em nota, a polícia militar do DF lamentou o episódio: “ lamento de todos nós Policiais Militares ao sabermos que se tratava de um Bombeiro Militar que num surto psicótico protagonizou tamanha diligência, porém ainda sim sua integridade física foi totalmente preservada e entregue a autoridades competentes para desfecho final”.
Reportagem do Correio Braziliense confirma que Bombeiro queria explodir congresso
O 2º sargento do Corpo de Bombeiros Fabrício Marcos de Araújo, 44 anos, disse que queria causar danos ao Congresso Nacional. Segundo uma das pessoas ouvidas, o acusado chegou a dizer que tinha a "intenção de explodir a viatura" na sede do Legislativo. Após pegar o carro de um batalhão em Ceilândia, o militar só parou depois que policiais atiraram nas rodas do veículo, já na Esplanada dos Ministérios.
Nos autos de prisão, consta que o 1º tenente responsável pelo flagrante, lotado no 1º Grupamento de Bombeiro Militar (GBM), recebeu ligação pela qual foi informado sobre o furto e, minutos depois, soube que Fabrício havia sido detido e seria levado ao quartel. “Ao ser indagado sobre a motivação do crime, o condutor relatou que tinha a intenção de utilizar a viatura para causar danos à sede do Congresso Nacional”, destaca o documento.
á uma capitã do Corpo de Bombeiros que contou o caso ao 1º tenente e prestou depoimento na condição de testemunha afirmou que recebeu áudios enviados por Fabrício no grupo de WhatsApp do 8º GBM, onde era lotado. Teria sido em uma dessas mensagens que Fabrício mencionou "sua intenção de explodir a viatura no Congresso Nacional”.
“O militar se encontrava em estado muito alterado, proferindo frases desconexas e apresentando hálito etílico”, diz um trecho dos autos de prisão. Já a militar que testemunhou disse que o colega "se encontrava alterado e com forte odor etílico". Fabrício se negou a fazer o teste do bafômetro, garantem fontes ouvidas pela reportagem.
A capitã também ressaltou que o acusado se mostrou revoltado com a situação política do país. “O militar se mostrava muito indignado com a situação do país em geral, e bastante perturbado emocionalmente. Não se encontrava em suas plenas faculdades mentais, mas, com o decorrer do tempo, demonstrou que aparentemente estava ciente de suas atitudes”, disse em depoimento.
Fabrício Marcos optou por ficar em silêncio durante o interrogatório. Mas destacou que “já deveria ter buscado atendimento psicológico há muito tempo”. Advogado do bombeiro, Rodrigo Veiga afirmou que “vai aguardar o desenrolar do processo e, por ora, não se posicionará sobre o mérito das acusações”. “Mas garanto que nada do que foi veiculado em redes sociais, como o suicídio de um filho e tendências terroristas, procede”.
O juiz plantonista Alessandro Marchió Bezerra converteu em preventiva a prisão em flagrante do 2° sargento. Durante a audiência de custódia, realizada esta tarde, o magistrado afirmou que, ao prosseguir acima do limite de velocidade permitido, o bombeiro "estava obstinado a atingir seu intento, não sendo possível precisar quantas vidas inocentes poderia ceifar para fazê-lo".
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