Já sabíamos da existência da dengue e da febre Chicungunha agora nos aparece a Zica que inicialmente vem boazinha e com sintomas leves, mas se revela devastadora para nova geração trazendo mais uma preocupação para as gestantes.
Todas essas doenças são transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti que se originou da África. Os primeiros relatos de dengue no Brasil foram do século XIX em Curitiba no Paraná, mas hoje está presente em todo território nacional.
Nessa cadeia de transmissão de doenças eliminar o mosquito é uma medida de saúde pública mais fácil e prática. Não há vacinas para que se possa atuar no vírus. E no homem, podemos ainda usar os famosos repelentes.
Nesse vídeo pode-se entender um pouco mais sobre a transmissão da dengue:
http://auladengue.ioc.fiocruz.br/
Em 1955 o pesquisador Oswaldo Cruz conseguiu eliminar o Aedes aegypti no Rio de Janeiro e hoje, com toda tecnologia presente, não conseguimos fazer o mesmo. Já se perguntaram o porquê?
O único plano de saúde pública que pode dar certo nesse momento é mobilizar a população.
O projeto é o seguinte:
“ Projeto Fazer Amigos”
1 – Cada rua vai escolher um representante, um coordenador que fará visitas semanas e mobilizará os vizinhos na coleta de lixo na própria rua.
O coordenador de rua ficará responsável por conversar com muita amizade, explicar para os amigos a importância de não se jogar lixos em terreno baldio ou na rua. Pelo risco de se ter água parada.
Também estará responsável para mobilizar os vizinhos a dar uma volta na própria rua recolhendo objetos que podem juntar água e ser reservatório do mosquito.
Essa ação conjunta precisa ser semanal durante o ano inteiro.
2 – O coordenador de rua irá passar as informações e dificuldades de ação para um ou mais coordenadores de bairro. Os problemas serão levantados e conduzidos a secretaria de saúde da região.
A reunião com coordenadores de bairro deve ser realizada a cada 15 dias.
E para maior integração do grupo, o coordenador de bairro deverá estar presente toda semana em uma rua diferente do bairro no horário marcado para ação prática de recolher o lixo.
3 – Palestras – uma vez a cada dois meses a população será convidada a participar de palestras e gincana com médicos da região responsáveis por esclarecer sobre sintomas da doença e tratamento adequado.
4 – Palestras nas escolas – nosso principal foco deve ser a educação infantil. Montar teatros e palestras sobre não jogar lixo nas ruas, não deixar água parada e tentar integrar as crianças no projeto. Adolescentes podem ser estimulados a realizar o Dia do Lixo. Um dia onde as professoras, profissionais de saúde (agentes da dengue) marcam para sair recolhendo lixo que pode ter água parada e orientar esse grupo de jovens.
5 – Ação rural – montar uma equipe que fará visitas a área rural para orientar sobre o lixo jogado nas estradas e a água parada. Assim como as formas de transmissão da doença seu tratamento. Essa deve ser uma das principais ações. Quantas borracharias de beira de estrada deixam pneus juntando água e larvas do mosquito.
6 – Aumentar os garis – importante que os varredores de rua saibam sobre as doenças e sejam orientados a recolher o lixo deixado, principalmente aquele que pode ser reservatório de larvas de mosquito. Em meses de risco para transmissão da doença, esses profissionais precisam ser contratados em maior número. E precisam ser orientados. Cumprir jornadas de palestras ministradas com regularidade.
Só mediante a essas ações e integração de toda comunidade conseguiremos extinguir a dengue do nosso hall de doenças tropicais. Todos precisam ser atuantes. Uma ação simples como recolher uma latinha jogada na rua por outra pessoa pode salvar uma vida.
Como médica me disponho a auxiliar com esse projeto de solidariedade e responsabilidade.
Além de saúde, ganharemos muitos amigos, basta saber sorrir e trabalhar em equipe. O mundo precisa disso, união e solidariedade.