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6 de Março de 2021 às 08:44

Cresceu muito o número de jovens em estado grave, e temos de escolher quem vai pra UTI, diz diretor da Santa Casa de Porto Alegre

Abrir novos leitos de UTI, restringir a circulação das pessoas e acelerar as campanhas de vacinação.

Fonte: BBC News O Rio Grande do Sul tem mais de 667 mil casos e 13 mil mortes por covid-19 foto:SILVIO AVILA/GETTY IMAGES

Para o cirurgião Antonio Nocchi Kalil, essas três estratégias representam o único caminho possível para conter o agravamento da pandemia de covid-19 no Rio Grande do Sul e reverter o colapso do sistema de saúde, que já opera acima de sua capacidade.

Diretor médico da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Kalil avalia que a situação piorou repentinamente a partir das duas últimas semanas de fevereiro e, mesmo com a boa estrutura hospitalar do Estado gaúcho, não foi possível dar conta da enorme quantidade de novos pacientes, que não param de chegar aos pronto-socorros.

A ocupação de leitos em Porto Alegre já ultrapassa os 100%. Segundo um levantamento feito pela campanha "Unidos pela Saúde Contra o Colapso", até a última quinta-feira (04/03), os hospitais operavam com 103,7% de sua capacidade. Em alguns deles, como o Hospital São Lucas e o Hospital Moinhos de Vento, a taxa está acima dos 130%.

De acordo com os números compilados até 4 de fevereiro pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o Rio Grande do Sul tem 667 mil casos confirmados e 13 mil mortes causadas pela covid-19.

Em entrevista à GloboNews, o governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) disse que a "onda gigantesca" de novas infecções pelo coronavírus que acontece agora faz com que as curvas de casos de 2020 pareçam "marolas".

O Estado deve seguir com as medidas restritivas pelas próximas semanas, com o fechamento de comércios não essenciais e a redução da capacidade máxima de lotação em escolas, transporte público, bancos, lotéricas e centros religiosos.

"Essa é uma situação que provavelmente só se vê numa guerra", aponta Kalil, que também é professor da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.

Na última quinta-feira (05/03), a BBC News Brasil conversou com o médico, que fez diversas observações sobre o atual descontrole pandêmico no Rio Grande do Sul.

Confira os principais trechos a seguir.

BBC News Brasil - Como o senhor classificaria o atual panorama da pandemia no Rio Grande do Sul?

Antonio Nocchi Kalil - É uma situação inimaginável, ainda mais se considerarmos como estávamos há dez dias. Nosso estado tem uma capacidade de atendimento muito grande, tanto pelo Sistema Único de Saúde quanto pela rede privada. Nós nunca imaginávamos que chegaríamos num colapso como este. O problema é ainda mais sério em Porto Alegre, que acaba drenando muitos pacientes que vêm do interior do Estado e possui uma rede hospitalar mais ampla.

Essa situação acabou ocorrendo por uma série de fatores, principalmente o relaxamento das medidas de prevenção contra a covid-19. Em 2020, a gente já alertava para o perigo das festas de final de ano. Mas, durante todo o período de veraneio, nós vimos as pessoas sem máscara, sem distanciamento social e com aglomerações em festas. Era incrível o número de pessoas juntas todo dia durante o verão. Isso, claro, se reflete agora no desastre que estamos vivendo.

O cirurgião Antonio Nocchi Kalil, diretor médico da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, descreve o colapso como 'uma situação de guerra'

BBC News Brasil - O senhor já viu uma situação parecida ou comparável com o que está ocorrendo agora?

Kalil - Não. Todo dia converso com os colegas que atuam nas unidades de terapia intensiva e na emergência e eles dizem que essa é uma situação que provavelmente só se vê numa guerra.

Claro que, além das questões de relaxamento que já citei anteriormente, precisamos mencionar a chegada da variante P.1 do coronavírus, detectada inicialmente em Manaus, que já foi documentada aqui em nosso Estado. Ela é muito mais contagiosa e acaba agredindo pessoas de uma idade inferior ao que estávamos acostumados. Agora, nós temos até pacientes de 18 anos internados nas UTIs.

Isso fez com que a situação progredisse muito rapidamente, apesar de aumentarmos o número de leitos todos os dias. O problema é que a progressão de leitos é aritmética, mas a expansão de novos casos é geométrica. Então nunca há um equilíbrio dessa conta. Felizmente, as autoridades anunciaram medidas mais restritivas nos últimos dias que podem ajudar a reduzir o impacto da pandemia.

BBC News Brasil - O senhor comentou sobre os pacientes mais jovens… Há uma mudança de perfil nos acometidos pela covid-19 que precisam de internação?

Kalil - Sem dúvida, e isso não é uma observação só do nosso hospital, mas de vários outros de Porto Alegre. Percebemos um aumento muito grande nos pacientes mais jovens em estado grave. Cerca de 30 a 40% dos que chegam até nós têm menos de 60 anos. Isso é uma característica totalmente diferente do que se observava no ano passado. Além disso, em termos de contágio, vemos famílias inteiras chegando ao hospital com covid-19 num estágio bem avançado.

BBC News Brasil - Mas esse cenário é provocado pela nova variante do coronavírus? O que a ciência já sabe sobre isso?

Kalil - Essa mudança de perfil tem a ver claramente com a nova cepa, que é mais infecciosa. Estamos com um índice de contaminação bem alto na nossa região. Esse dado, associado à diminuição de cuidados preventivos e às aglomerações, acabou levando a esse cenário. Já temos o conhecimento de que essa variante tem capacidade de atingir um número muito maior de pessoas e com muito mais rapidez.

BBC News Brasil - Esse aumento de casos graves foi repentino? Ou vocês vêm percebendo o agravamento há muitas semanas?

Kalil - Foi realmente nos últimos 15 dias, a partir de fevereiro. Nós até vivíamos uma situação tranquila no sistema hospitalar à época. Tanto é que o Rio Grande do Sul recebeu, no início de fevereiro, pacientes oriundos da região Norte. As UTIs estavam realmente muito tranquilas. Mas rapidamente a situação se reverteu, talvez pelo desconhecimento sobre a nova variante. Não imaginávamos que ela chegaria de forma tão rápida e gerasse essa situação dramática.

Estamos correndo contra o tempo, tentando diminuir ao máximo a circulação de pessoas. Sabemos que quando as UTIs atingem níveis de ocupação superiores a 100%, como acontece aqui, a única saída é reduzir a circulação das pessoas. São coisas que infelizmente afetam a economia, o que é um drama enorme. Mas chegamos ao nível de precisar escolher quem vai para a UTI ou não. Isso, claro, respeita critérios técnicos, mas são decisões que nossos médicos intensivistas precisam fazer agora.

BBC News Brasil - Mas os epidemiologistas e cientistas de dados já falavam que a situação da pandemia ia piorar desde dezembro de 2020… O senhor considera que demorou muito tempo para se tomar medidas mais drásticas?

Kalil - Nós todos já esperávamos que, com as festas de final de ano, haveria uma explosão de casos lá pela segunda ou terceira semana de janeiro. Mas isso não ocorreu. E talvez isso tenha gerado uma certa tranquilidade na população que, sem saber da presença de uma nova variante, não seguiu as medidas que deveriam ser respeitadas.

Mas é claro que não dá pra culpar agora A, B ou C, porque as situações da pandemia são dinâmicas. Todos os epidemiologistas falavam que o cenário ia piorar em janeiro e isso não ocorreu… Talvez tenha uma influência muito grande mesmo da nova variante, pela forma como esse colapso nos pegou de surpresa.

BBC News Brasil - O senhor citou medidas como a restrição da circulação de pessoas e a abertura de novos leitos de UTI. Há algo mais que a administração pública deveria fazer nesse momento?

Kalil - O esforço que fizemos para aumentar leitos foi impressionante, especialmente na região metropolitana de Porto Alegre. Para ter ideia, nosso hospital tinha 90 leitos de UTI exclusivos para a covid-19 em agosto do ano passado. Agora temos 155, sem contar os 160 leitos de internação. Mas, como você mesmo falou, diminuir a circulação das pessoas é muito importante agora.

Mas tudo isso não terá efeito algum se a gente não conseguir vacinar de forma mais rápida toda a população. É isso que está faltando. Nós vemos que em outros países as campanhas de imunização tiveram um enorme efeito. Isso aconteceu no Reino Unido e em Israel, por exemplo. Talvez essa seja a medida que devemos concentrar nossos esforços a partir de agora.

BBC News Brasil - E as pessoas? O que elas devem fazer para se proteger nessa situação de colapso?

Kalil - As medidas são as mesmas desde o início. A gente repete à exaustão. Infelizmente, quando andamos na rua, vemos que elas não são seguidas à risca. É importante lavar as mãos, manter distanciamento mínimo de 1,5 metro de outras pessoas, evitar aglomerações… E, claro, usar máscaras. É certo que tudo isso tem uma eficácia muito grande. Todos nós precisaremos continuar respeitando essas recomendações até que tenhamos uma parcela bem grande da população vacinada.

BBC News Brasil - Nas últimas semanas, vocês lançaram a campanha "Unidos Pela Saúde Contra o Colapso". Como foi a ideia e quais são os objetivos desse projeto?

Kalil - Essa campanha foi iniciada por uma empresa que realiza congressos médicos e tomou uma proporção que não se imaginava. Hoj,e ela está na sociedade e conta com a participação de filósofos, jornalistas e outros profissionais de destaque. O objetivo é mostrar para todos o que realmente está acontecendo, que o colapso é real. Não são coisas inventadas.

Nós vemos todos os dias como é preciso tomar decisões difíceis nas nossas UTIs. Os profissionais de saúde estão cansados. Queremos mostrar isso tudo que está acontecendo e incentivar as pessoas a usarem máscara, evitarem aglomerações e nos ajudarem a reverter esse colapso. Se ninguém fizer sua parte, vamos continuar com essa situação por muito mais tempo.

BBC News Brasil - Como o senhor vê o futuro depois da covid-19? Quais são os caminhos para sair dessa situação?

Kalil - Nós vamos sair disso. Esse é um primeiro aspecto que precisamos reforçar. Claro que toda essa experiência vai deixar uma cicatriz grande no nosso sistema de saúde. Mas creio que é possível sairmos mais fortes e unidos. Houve uma aproximação muito grande entre aquelas pessoas que querem o melhor para a população. E nós podemos mostrar que é possível, sim, fazer muita coisa boa em termos de saúde.

6 de Março de 2021 às 08:37

Covid-19: Brasil tem segundo dia com mais mortes confirmadas

País teve mais 1,8 mil óbitos pela doença em 24 horas

Fonte: Agência Brasil Edição: Nádia Franco foto: © Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Brasil teve o segundo dia com mais novas mortes confirmadas desde o início da pandemia de covid-19. Em um período de 24 horas, as autoridades de saúde registraram mais 1,8 mil óbitos. Esse resultado só ficou abaixo do recorde, também nesta semana, de 1.910 vidas perdidas, notificadas no balanço de quarta-feira (3).

Divulgação/Ministério da Saúde

As mortes registradas nesta sexta-feira (5) superaram as de ontem (4), quando o balanço diário sobre a pandemia marcou 1.699 falecimentos. No total, 262.770 pessoas já perderam a vida para a covid-19 desde o início da pandemia.

O Brasil também registrou hoje o recorde de mortes por semana. O número foi divulgado pelo Ministério da Saúde no mais novo boletim epidemiológico sobre a pandemia do novo coronavírus.

Ainda há 2.892 mortes em investigação por equipes de saúde. Isso porque há casos em que o diagnóstico sobre a causa só sai após o óbito do paciente.

As informações foram divulgadas na atualização diária do Ministério da Saúde de hoje. O balanço é elaborado a partir das informações levantadas pelas autoridades estaduais e locais de saúde sobre casos e mortes provocados pela covid-19.

O balanço de hoje também marcou o segundo dia com mais novos casos registrados, com mais 75.495 diagnósticos confirmados. A soma foi menor apenas do que a do dia 7 de janeiro, quando foram acrescidas às estatísticas mais 87.843 pessoas infectadas. Ontem, os novos casos totalizaram 75.102.

Com os diagnósticos positivos registrados na atualização, a soma de pessoas infectadas desde o início da pandemia alcançou 10.869.227. Ontem o total estava em 10.793.732.

O número de pacientes recuperados alcançou 9.671.410 e o de pessoas com casos ativos, em acompanhamento por equipes de saúde, ficou em 935.047.

Estados

A lista de estados com mais mortes pela covid-19 é liderada por São Paulo, com 61.064 óbitos. Em seguida, aparecem Rio de Janeiro (33.607); Minas Gerais (19.204); Rio Grande do Sul (13.188) e Bahia (12.353).

Já as unidades da Federação com menos óbitos são Acre (1.047); Amapá (1.156); Roraima (1.160); Tocantins

6 de Março de 2021 às 08:32

Butantan pede autorização para testar soro contra covid-19 em humanos

Instituto espera que Anvisa autorize os testes na próxima semana

Fonte: Agência Brasil Edição: Nádia Franco foto: Héricles Ferreira Lima Gonçalves / Funed / Divulgação

O Instituto Butantan encaminhou nesta semana à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pedido de autorização para testar um soro, desenvolvido pelo instituto, em pacientes com covid-19. De acordo com o Butantan , o soro, que é produzido em cavalos, pode ajudar a reduzir a letalidade e a gravidade da doença e aliviar o sistema de saúde.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que o estudo inicial seria feito com pacientes transplantados de rim do Hospital do Rim e pacientes com comorbidades do Hospital das Clínicas, na capital paulista.

A Anvisa informou que já recebeu o pedido de autorização dos testes, que está em análise técnica, mas ressaltou que o Butantan ainda não entregou o Dossiê Específico de Ensaio Clínico, que contém o protocolo clínico do estudo a ser realizado. Segundo a Anvisa, o dossiê é o principal documento para a avaliação e é obrigatório.

A expectativa do Butantan é que os testes sejam autorizados pela Anvisa na próxima semana.

O soro

O soro está sendo testado em animais como coelhos e camundongos e já demonstrou que estes tiveram diminuição da carga viral e perfil inflamatório reduzido. Além disso, os animais apresentaram preservação da estrutura pulmonar. Os estudos clínicos estão sendo conduzidos pelo infectologista Esper Kallás, da Universidade de São Paulo, e pelo nefrologista José Medina, que integram o Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo.

O soro foi produzido a partir da inoculação do vírus inativo em cavalos. O corpo dos animais reage ao microrganismo e produz anticorpos para combater a infecção. Depois, o sangue dos equinos é coletado e esses anticorpos são isolados para que possam ser usados contra a doença. É esse produto que está sendo testado em roedores que foram inoculados previamente com coronavírus.

“Este soro, em testes pré-clínicos, demonstrou que é seguro e efetivo em dois tipos de estudos animais”, afirmou Dimas Covas.

Com os resultados positivos em animais, agora os pesquisadores querem testá-lo em humanos. O objetivo é verificar a segurança e a eficácia do soro em pacientes já infectados com o novo coronavírus. Três mil frascos de soro estão prontos para o início imediato dos testes em humanos.

Caso o soro apresente a eficácia esperada nos testes feitos em humanos, poderá ser usado para tratar pacientes que já estejam infectados e apresentem sintomas. "Os animais que foram tratados tiveram o pulmão protegido, ou seja, não desenvolveram a forma fatal da infecção pelo coronavírus, mostrando que os resultados de estudos em animais são extremamente promissores. Esperamos que a mesma efetividade seja demonstrada agora nos estudos clínicos que poderão ser autorizados na próxima semana [pela Anvisa]", acrescentou Covas.

6 de Março de 2021 às 08:26

Covid-19: Moderna confirma 13 milhões de doses da vacina para o Brasil

Promessa da companhia é garantir 1 milhão de doses até julho

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Fonte: Agência Brasil Edição: Aline Leal foto: © Tânia Rêgo/Agência Brasil

Em reunião com o Ministério da Saúde na sexta-feira 5/03, a farmacêutica Moderna confirmou que poderá ofertar ao Brasil 13 milhões de doses de vacina contra covid-19 em 2021. Também foi discutido o cronograma de entrega dos imunizantes.

A promessa da companhia é garantir 1 milhão de doses até julho, e iguais quantias nos meses de agosto e setembro. Entre outubro e dezembro seriam disponibilizados os 10 milhões de doses restantes.

Em comunicado do ministério após o encontro, o secretário executivo da pasta, Élcio Franco, declarou que a posição apresentada pela empresa deu “segurança” para avançar na negociação e na assinatura do contrato.

De acordo com o secretário executivo, a negociação entrará agora na fase final. A minuta do contrato deverá ser elaborada para que o termo possa ser assinado pelas duas partes, concretizando a aquisição.

Franco lembrou que para a aplicação da vacina e o pagamento pelas doses é preciso que a vacina obtenha a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

 

6 de Março de 2021 às 08:21

Guedes anuncia antecipação de 13º de beneficiários do INSS

Ministro diz que pretende reeditar programa de redução de jornada

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Fonte: Agência Brasil Edição: Aline Leal foto: © Marcello Casal JrAgência Brasil

Pelo segundo ano consecutivo, os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) receberão o décimo terceiro salário de forma antecipada, disse há pouco o ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo o ministro, a medida só vai ocorrer depois da aprovação do Orçamento Geral da União deste ano.

“O abono salarial já foi antecipado. Agora, assim que aprovar o orçamento, vai ser antecipado o décimo terceiro justamente dos mais frágeis, dos mais idosos, como fizemos da outra vez”, disse o ministro. No ano passado, os beneficiários do INSS tiveram o décimo terceiro antecipado para abril como medida de ajuda à população mais afetada pela pandemia de covid-19.

O ministro deu a declaração após reunião com o deputado Daniel Freitas (PSL-SC), relator da proposta de emenda à Constituição (PEC) Emergencial na Câmara dos Deputados. Aprovado ontem (5) em segundo turno pelo Senado, o texto foi encaminhado para a Câmara, onde deve ser votado na próxima semana.

Guedes também anunciou que pretende reeditar o programa de suspensão de contratos e de redução de jornada (com redução proporcional de salários) que vigorou no ano passado. “O BEm, que é o programa de preservação de empregos, já estão sendo disparadas as novas bases. Então, tem mais coisa vindo por aí”, acrescentou Guedes.

Chamado de Benefício Emergencial (BEm), o programa prevê que o trabalhador com contrato suspenso ou jornada reduzida receba a parcela do seguro-desemprego a que teria direito se fosse demitido em troca do corte no salário. Em troca, o empregador não pode demitir o trabalhador após o fim da ajuda pelo tempo em que o trabalhador recebeu o BEm.

Vacinação

Guedes voltou a defender a vacinação em massa como a principal medida para salvar a economia e não respondeu a perguntas sobre uma eventual ampliação do Bolsa Família.

“O grande desafio é a vacinação em massa. Na saúde, nós precisamos avançar rapidamente para não derrubar a economia brasileira de novo. Além da dimensão humana, das tragédias, das famílias, tem o perigo de derrubar a economia de novo e aí você agudiza todo o problema brasileiro”, declarou. "Agora é saúde, vacinação em massa, não vamos falar de Bolsa Família agora.”

PEC Emergencial

Em relação à PEC Emergencial, o deputado Daniel Freitas disse que não pretende alterar o texto aprovado pelo Senado para acelerar a tramitação da proposta. Ele afirmou que apresentará uma minuta do relatório na próxima segunda-feira (8).

“O Brasil tem pressa, a urgência dessa matéria é evidente e precisamos dar celeridade no processo. Qualquer alteração na PEC faz o Brasil atrasar, portanto, vamos discutir e conversar e tentar acelerar o mais rápido possível a aprovação dessa PEC”, comentou o relator da proposta na Câmara.

6 de Março de 2021 às 08:45

Covid-19: ‘Dói demais ver as crianças morrendo sem poder ver os pais’, diz pediatra de UTI

Diante da proibição de visitas na UTI infantis de covid-19, médicos e enfermeiros do Hospital Albert Sabin, em Fortaleza, fizeram vaquinha e compraram tablets para fazer chamadas em vídeo entre pais e crianças

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Fonte: BBC NEWS Foto: SECRETARIA DE SAÚDE DO CEARÁ

Diante da proibição de visitas na UTI infantis de covid-19, médicos e enfermeiros do Hospital Albert Sabin, em Fortaleza, fizeram vaquinha e compraram tablets para fazer chamadas em vídeo entre pais e crianças

Todo dia de manhã, diante da pia do hospital, a pediatra intensivista Cinara Carneiro respira fundo, para por um minuto, tenta meditar enquanto lava as mãos e começa a colocar máscara, touca, luvas e as camadas da roupa de proteção que não pesam só no corpo.

Ela vai começar um plantão de 12 horas na UTI de covid-19 do Hospital Infantil Albert Sabin, em Fortaleza, no Ceará. Lá estão internados bebês, crianças e adolescentes que lutam pela vida sem poder segurar nas mãos das mães, dos pais.

Cinara tenta acolher esses meninos e meninas, mas não pode sequer sorrir para eles por causa da máscara de proteção. Precisa passar acolhimento pelo toque, os olhos, a voz.

A visita de parentes em UTIs de covid-19 foi proibida em grande parte dos hospitais lotados do país por causa do cenário de descontrole de infecções. Mesmo quando a epidemia não havia atingido o pico de mortes, as visitas foram restritas porque faltam, nos hospitais públicos, roupas de proteção para que os pais possam visitar os filhos.

"A interação com a criança estando de máscara e paramentada é algo que gera sofrimento na gente. Na nossa unidade, a gente não tem permitido a presença dos familiares, como se permitia antes, pelo risco de contaminação, porque a gente não tem EPI (equipamento de proteção individual) suficiente para disponibilizar para os pais", contou Cinara Carneiro à BBC News Brasil.

Ela relata que, às vezes, o paciente chega consciente à UTI, mas piora, é intubado e acaba morrendo sem que os pais possam acompanhar de perto esse processo.

Casos graves de covid-19 em crianças são raros e, segundo a pediatra, a maioria das que acabam precisando de internação na UTI se recupera. Mas pacientes com problemas crônicos de saúde e comorbidades correm mais risco. E, ainda que seja minoria, há casos de morte por covid-19 de crianças que não se enquadram nesse perfil.

"Dói ver uma criança morrendo sem ver os pais. Fica muita coisa não trabalhada no luto desses familiares, de não ter visto, de não ter acompanhado de perto fisicamente a piora. Por mais que a gente tente explicar por telefone, muita coisa não está sendo vista e vivida", diz.

"Quanta fantasia não fica? Quanta coisa imaginada e não vivida fica? Só o tempo é que vai, depois, trazer essas feridas".

'Não quero que minha mãe sofra'

Na ausência dos familiares, fica para os profissionais de saúde a responsabilidade de acalmar e acolher os pequenos pacientes diante do medo e das dores físicas.

"Os meninos que estão conscientes enxergam o que está acontecendo com os pacientes mais graves, porque é uma unidade aberta. Então, deve ser muito chocante e dar uma confusão na cabeça deles ver isso. A gente tenta acolher, suprir na medida do possível a falta dos pais", diz a pediatra Jessica Lira, que também trabalha na UTI do Hospital Infantil Albert Sabin.

Um dos momentos mais sensíveis da internação de um paciente de covid é a intubação. Uma conversa com um adolescente de 14 anos, momentos antes de ele ser sedado, ficou gravada na memória de Cinara Carneiro.

Enquanto o nível de saturação caia, ele não parava de repetir: "Não quero que minha mãe sofra, não quero que minha mãe sofra".

"Eu falei: 'você está precisando de ajuda para respirar. Eu vou tentar te ajudar nesse momento, mas você vai receber medicação para dormir, para não sentir dor. E a gente vai estar aqui conversando quando você acordar'", relata a pediatra.

Mas o menino, que não tinha nenhuma comorbidade quando se infectou pelo coronavírus, nunca mais acordou.

"Eu tenho muito medo de fazer promessas que eu não possa cumprir. Nesse dia, eu senti muito medo de ele não ficar bem. E ele não ficou bem. E perder uma criança que tinha tudo para ficar bem em outros contextos é muito difícil."

Depois de ver o paciente morrer, Cinara Carneiro tinha outra missão difícil pela frente: dar a notícia para aquela mãe que o menino tanto temia fazer sofrer.

"Eu consegui conversar com essa mãe pessoalmente, numa sala apropriada aqui no hospital. É muito sofrimento porque a covid traz muita culpa. Os pais se perguntam: 'Será que foi eu quem trouxe o vírus para a casa?' Nessa família existia muito esse questionamento: 'Como ele pegou?'", conta.

Fresca na memória da pediatra intensivista Jessica Lira está a conversa com os pais de outra criança que, assim como o adolescente de 14 anos, não tinha doença prévia alguma e morreu após contrair covid-19.

A menina tinha 2 anos e desenvolveu encefalite, uma inflamação no cérebro que parece ter sido impulsionada pela contaminação pelo coronavírus.

"Ela teve morte encefálica. A conversa foi difícil, os pais estavam com muito sentimento de revolta, tinham muita dificuldade em entender como que evoluiu para isso. Não sabiam que a covid podia levar a um quadro como esse", relata Jessica.

Uma das consequências raras, porém possíveis da covid-19 em crianças, é o desenvolvimento da chamada síndrome inflamatória multissistêmica, que pode comprometer o cérebro, causando encefalite, ou órgãos importantes como coração e rins.

No Reino Unido, 1 a cada 5 mil crianças que se infectaram com coronavírus desenvolveram essa reação do sistema imunológico, segundo dados do governo britânico.

Os sintomas, que incluem febre alta, pressão sanguínea baixa e dores abdominais, costumam aparecer cerca de um mês depois do contato com o coronavírus.

A grande maioria das crianças que se infectam pelo coronavírus não desenvolve esse processo inflamatório ou se recupera com tratamento. Mas em alguns casos, a síndrome pode evoluir para um quadro grave.

"O que me emociona mais no dia a dia de trabalho é falar com os pais dos pacientes, você sente o sofrimento na voz deles. Eles não estão vendo os filhos, e a gente tendo que explicar, à distância, que a criança corre risco de morrer. Isso é muito sofrido", completa a médica.

Sem poder tocar no corpo

Somado ao sofrimento de não poder acompanhar o filho no hospital, os pais não podem tocar no corpo da criança que morreu por covid-19.

Isso porque, como medida importante de controle da infecção, os corpos de pessoas que morrem após contrair o vírus precisam passar por todo um tratamento e são entregues embalados, para impedir a propagação do vírus.

"O corpo tem que ser entregue num saquinho, por causa do risco de contaminação. Então, essa mãe não pega mais nessa pele", descreve Cinara Carneiro.

A pediatra diz que, desde o início da pandemia, passou a sofrer ainda mais com a morte dos pacientes, porque, além do luto pela perda, ela presencia diariamente as limitações que impedem que pais e crianças se despeçam em vida e até depois da morte.

"Não bastasse você perder um ente querido, você não pode tocar nele da forma como tocaria antes. A quantidade de sofrimento que existe ao redor disso tudo é difícil. A gente é treinado para cuidar, além de curar. E a gente não está podendo cuidar como antes", diz.

"Se eu não posso entregar o corpo da criança a uma família, para ela tocar e se despedir, eu não estou conseguindo cuidar 100%. Então, a gente tem sofrido muito com isso."

Vaquinha para tablets para chamada em vídeo

Num esforço para minimizar o sofrimento de pais e crianças, médicos e enfermeiros do Hospital Albert Sabin fizeram uma vaquinha entre eles para comprar tablets.

Conseguiram equipar todas as unidades de internação com um aparelho, e os pequenos pacientes ganharam de presente poder ver os pais por meio de chamadas em vídeo.

Segundo Cinara Carneiro, isso trouxe alegria a pais e crianças, em meio a todas as dificuldades. "A gente fez mais de cem video-chamadas entre familiares e pacientes. Esse contato da criança com os pais por vídeo diminuiu bastante o estresse."

O equipamento também ajuda a trazer acolhimento para as crianças num dos momentos mais sensíveis, mas também felizes do processo de recuperação da doença: a hora da retirada da intubação e dos sedativos.

"Muitas vezes a criança pergunta pelos pais quando acorda. A gente tenta levar o tablet e fazer vídeo-chamada com o familiar e explicar para a criança porque ela está sozinha naquele momento na UTI", diz Cinara Carneiro.

A pediatra diz que, nesse momento, a presença de psicólogos que atuam na UTI também tem sido fundamental.

"Eles nos ajudam muito nesse trabalho de levar outras ferramentas de cuidado além do olhar de médico. Quando a criança acorda, além de usar o tablet, a gente tenta levar um lápis de cor, um papel, algo para colorir."

Alta virou momento de festa

Se a perda de uma paciente gera enorme sofrimento, a alegria de ver a recuperação de uma criança que já esteve em estado grave é o principal combustível para continuar trabalhando, diz Cinara.

"O momento da alta já era festejado antes, mas agora a gente tem festejado dez vezes mais. A gente coloca balão na beira do berço quando está dando alta, porque a gente está entregando finalmente a criança ao familiar. É um momento muito feliz para o profissional de saúde."

Equipe de UTI infantil para covid-19 tenta passar acolhimento às crianças pela voz e o toque, já que não podem mostrar o rosto por causa das máscaras e outros equipamentos de proteção Foto: CORTESIA JESSICA LIRA

Jessica Lira conta do bate-papo que teve com um adolescente que se recuperou da covid-19 depois de ficar dias intubados.

"Eu perguntei: 'Você andou saindo de casa, né?' Ele respondeu: 'Doutora, você acredita que eu fui o único que não saí da família e eu que fiquei doente? Eles trouxeram a doença para casa'", conta.

Realmente, em muitos casos quem acaba transmitindo o vírus para as crianças são os familiares, já que as escolas permaneceram fechadas durante quase todo esse período de pandemia.

Cinara Carneiro diz que observou aumentos de internações nos períodos que se seguiram ao Ano Novo e ao Carnaval. E faz um apelo:

"A gente não sabe o impacto que a covid poderá ter sobre uma criança. Sabemos que existe a síndrome inflamatória sistêmica, condição grave associada à covid. Quem vai ter? A gente não sabe. Como prevenir isso? Diminuir a chance de contágio, evitar aglomerações, esperar a vacina. Temos que cuidar dos nossos pequenos."

5 de Março de 2021 às 14:47

Edson, da dupla com Hudson, é internado por complicações da Covid-19

Cantor segue internado em Indaiatuba, no interior de São Paulo

Fonte: Terra foto: Instagram Oficial Edson e Hudson

O cantor Edson Cadorini está internado em um hospital particular na cidade de Indaiatuba, no interior de São Paulo, após ser diagnosticado com o novo coronavírus.

O sertanejo forma dupla com Hudson e apresentou sintomas leves da doença.

Inicialmente, ele recebeu tratamento em casa. No entanto, o quadro de saúde de Edson se agravou e teve de ser levado para o pronto-atendimento, de acordo com nota enviada pela assessoria de imprensa ao Estadão.

"Edson buscou os cuidados médicos do Hospital Santa Ignês, onde permanece em situação estável até o exato momento", conclui o comunicado oficial do artista.

Nas redes sociais, Edson faz publicações de incentivo para a vacina contra a covid-19.

5 de Março de 2021 às 14:10

Minas Gerais: Confira Informe Epidemiológico Coronavírus 05/03/2021

Veja em detalhes o boletim

Até o momento foram 908.869 casos confirmados, 7.334 nas últimas 24 horas

Estão em acompanhamento 62.710 casos e são 826.955 casos recuperados.

Estão confirmados 19.204 óbitos, sendo 172 nas últimas 24 horas


5 de Março de 2021 às 13:54

Butantan desenvolve soro para tratar pacientes com covid-19

Instituto tem três mil frascos prontos para serem usados no estudo clínico e mais três mil prontas para envasar

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O governo de São Paulo apresentou, nesta sexta-feira 5/03, um soro desenvolvido pelo Instituto Butantan para tratar pacientes com covid-19. O instituto paulista protocolou na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) o pedido para que pacientes com a doença possam ser tratados com o soro. Os estudos estão sendo conduzidos pelos médicos Ésper Kallas e José Medina, membros do Centro de Contingenciamento da Covid-19 em São Paulo.

De acordo com o instituto, existem hoje três mil frascos prontos para serem utilizados no estudo clínico e mais três mil para serem envasadas. "O Butantan tem uma fazenda com 640 hectares onde mantemos uma tropa com mais de 800 cavalos. Separamos um número inicial de animais para esse desenvolvimento. Eles foram submetidos ao vírus, desenvolveram anticorpos que deram origem ao produto", explicou Dimas Covas, diretor do instituto. 

Segundo Covas, o Instituto aguarda autorização do órgão para iniciar o estudo clínico. "Os animais que foram tratados tiveram o pulmão protegido, mostrando a efetividade do estudo."

A Anvisa recebeu, na terça-feira (2), do Instituto Butantan, o pedido de autorização para o Dossiê de Desenvolvimento Clínico de Medicamento (DDCM) do soro Hiperimune ant-SARS-CoV-2, também conhecido com soro equino contra Covid-19. 

De acordo com a agência, os documentos apresentados estão em análise pela área técnica. Mas, segundo o órgão, até o momento, não foi apresentado o Dossiê Específico de Ensaio Clinico (DEEC), com o protocolo clínico do estudo a ser realizado. "O DEEC é um dos documentos obrigatórios para análise do DDCM e o principal documento para avaliação de um pedido de pesquisa clínica de medicamentos com seres humanos", afirmou a agência por meio de nota. 

Fonte: R7 FOTO: FERNANDO BIZERRA JR/EFE - 17.1.2021

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