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9 de Fevereiro de 2018 às 11:17

Jovem de 19 anos é baleado e morre no Bairro Coração Eucarístico em Patos de Minas

A vítima tinha acabado de chegar de carro na casa da avó de um amigo quando foi surpreendido pelos criminosos armados.

Na tarde de quinta-feira (08-02), um rapaz de 19 anos morreu após ser atingindo por dois disparos de arma de fogo. O crime aconteceu na Rua Alderico Lucas da Silva, antiga rua 2, no Bairro Coração Eucarístico. Esta foi a quarta morte violenta registrada neste ano em Patos de Minas. 

A informação foi que a vítima Francisco Lourenço Ferreira Filho de 19 anos estava em um carro acompanhado de um amigo. Ao chegar na casa da avó deste amigo, a vítima foi surpreendida por três criminosos que chegaram em bicicletas.

Esses bandidos começaram a agredir a vítima, momento que ela entrou para a casa da avó do amigo. Um dos indivíduos foi atrás, empurrou a avó que estava na porta, entrou na casa e atirou contra a vítima. Depois os eles fugiram nas bicicletas.

Uma unidade do SAMU esteve no local e a equipe médica tentou por algum tempo reanimar a vítima, que não resistiu e morreu. A perícia da Polícia Civil esteve também no local e realizou os trabalhos técnicos.

O corpo foi encaminhado para o IML – Instituto Médico Legal de Patos de Minas. A Polícia Militar continua fazendo rastreamentos no intuito de localizar os autores, que a princípio já foram identificados pelos militares.

Francisco já era conhecido no meio policial. Segundo os militares, ele possui diversas passagens por furto, roubo e tráfico de drogas. No mesmo dia, ele teria roubado sete celulares nas proximidades de um centro universitário. Ele também já foi detido pelo furto de motocicletas.

Fonte: Patos Notícias

9 de Fevereiro de 2018 às 11:19

Padres ressaltam bom senso e maturidade para o cristão no carnaval

Festa popular no país é vista pela Igreja como uma oportunidade de evangelização

O carnaval é uma tradicional festa popular comemorada por milhões de brasileiros. Apesar de sua origem pagã, a festa é vista pela Igreja como uma oportunidade de evangelização, afirmou o Vice-reitor do Santuário do Pai das Misericórdias, na sede da Canção Nova – em Cachoeira Paulista (SP) -, padre Márcio do Prado. O sacerdote ainda esclarece: “O carnaval não é proibido, desde que se viva como cristão no carnaval”.

A festa era na antiguidade, de acordo com o sacerdote, uma despedida da carne, proposta que foi incorporada no tempo de penitência e abstinência vivido pela Igreja, a Quaresma. “Se faz festa sim, e depois se entra neste clima penitencial, de abstinência, de oração, mas também de caridade. Então a Igreja vê sim o carnaval como uma oportunidade de evangelização”, reiterou padre Márcio.

“Graças ao bom Deus ainda existem lugares e pessoas que festejam o carnaval de forma saudável, em família, onde realmente se vive uma brincadeira, não uma depravação, bebedeira, sexualidade e essas realidades. Os retiros, rebanhões e os vários encontros de carnaval conseguem proporcionar momentos de alegria através da dança e da música, e ao mesmo tempo passar uma mensagem cristã”.

Segundo o cura da Catedral de Lorena (SP), padre Rodrigo Fernando Alves, Papa Francisco, em discursos e documentos pontifícios, tem pedido à Igreja a construção de pontes, não de muros.

“Podemos dizer que a Igreja vê, partindo deste momento eclesial, todas as sadias manifestações como elementos da cultura, com a qual ela, como mãe, precisa conviver e dialogar”, sublinhou o padre, que lembrou os católicos que, durante as festas populares, é preciso sempre se recordar da condição que os pertence, a de cristãos.

Apesar de sublinhar a possibilidade do cristão viver de forma saudável a festa popular, padre Márcio alertou para a perda do sentido da data e para a forma como muitas pessoas têm aproveitado o carnaval, fatores muitas vezes condenados pela Igreja.

“A Igreja condena, se assim podemos dizer, estes carnavais que falam de traição, ou que apresentam o nudismo como forma de brincadeira. Nós como cristãos sabemos que o corpo é templo do Espírito Santo”, explicou.

De acordo com padre Rodrigo, o católico precisa ter bom senso, maturidade, e assim como São Paulo Apóstolo, não se fazer presente onde se percebe “fraco”.

A coordenadora pedagógica, Priscila Alves Ferreira Guimarães Dias, lorenense de 27 anos, após passar o carnaval em Salvador (BA), com os amigos, afirmou ter se sentido incomodada com algumas situações que presenciou, de drogas, bebidas e prostituição, e sentiu que precisava fazer algo diferente.

Sentido a necessidade de fazer algo por outros jovens, elaborou em 2009 um retiro. A ideia, segundo Priscila, era unir os movimentos da Igreja Católica de sua cidade e proporcionar um encontro com dinâmica, Adoração ao Santíssimo, palestras, músicas e festas. De imediato, a proposta não recebeu apoio suficiente para que conseguisse ser executada, mas Priscila não desistiu, e anos depois o Movimento de Aldeias de Vida apoiou o projeto.

O retiro, denominado “Aldeia Folia”, está neste ano de 2018 em sua 3º edição e já contabiliza 168 inscritos e 140 voluntários. O encontro, que em sua primeira edição englobava apenas jovens da cidade Lorena – propósito inicial estabelecido por Priscila -, tem hoje a participação de pessoas das cidades de Pindamonhangaba, Taubaté, Santa Isabel, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Para padre Rodrigo, o ser humano, em harmonia, em equilíbrio e fazendo o que é belo e bom, trabalha a espiritualidade, ainda que em momentos que não sigam necessariamente rituais religiosos.

Sobre os diversos jovens que se mostram em dúvida quanto a aproveitar o carnaval nos retiros, ou, aproveitá-lo em outros ambientes, Priscila aconselha: “Se a pessoa tiver um pouco de vontade, deve se propor a viver um carnaval diferente. O que a gente tem de retorno é muito maravilhoso, nos preenche. Não saímos de um carnaval vazios, como a maioria dos jovens sai, saímos preenchidos”, finalizou.

Fonte: Notícias Canção Nova Julia Beck

No vídeo abaixo, entenda mais sobre uma proposta diferenciada para viver o carnaval: 

 

8 de Fevereiro de 2018 às 09:50

Evangelho do Dia

"Deixa primeiro que se fartem os filhos, porque não fica bem tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cães”.

Em seguida, deixando aquele lugar, foi para a terra de Tiro e de Sidônia. E tendo entrado numa casa, não quis que ninguém o soubesse. Mas não pôde ficar oculto, pois uma mulher, cuja filha possuía um espírito imundo, logo que soube que ele estava ali, entrou e caiu a seus pés. [...] Ora, ela suplicava-lhe que expelisse de sua filha o demônio. Disse-lhe Jesus: "Deixa primeiro que se fartem os filhos, porque não fica bem tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cães”. Mas ela respondeu: "É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos debaixo da mesa comem das migalhas dos filhos”. Jesus respondeu-lhe: "Por causa desta palavra, vai-te, que saiu o demônio de tua filha”. [...]

Evangelho de hoje: Mc 7,24-30

9 de Fevereiro de 2018 às 09:43

Menina de 7 anos morre após fazer 'desafio do desodorante'

Segundo parentes, a menina viu o desafio nas redes sociais e sofreu uma parada cardíaca quando tentou realizá-lo

 

Uma menina de 7 anos morreu no sábado, 3, depois de inalar desodorante aerossol em São Bernardo do Campo. Segundo a família, Adrielly Gonçalves brincava do "desafio do desodorante", que havia visto nas redes sociais, quando desmaiou e teve uma parada cardíaca.

 

 

O desafio, segundo a família, consiste em inalar o desodorante e manter a boca fechada pelo máximo de tempo. A menina que estava na casa de uma vizinha, enquanto a mãe trabalhava, inalou o produto enquanto estava sozinha e desmaiou.

Adrielly foi socorrida à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do União às 4h de sábado, segundo informou a Prefeitura de São Bernardo. Ela chegou à unidade com parada cardiorrespiratória. "Os médicos realizaram manobras de atendimento para reanimar a criança, mas ela veio a óbito minutos depois", diz a nota.

A Prefeitura ainda informou que o Instituto Médico Legal (IML) irá apresentar um laudo detalhando a causa da morte da menina.

 

 

Fonte: Estado de Minas

8 de Fevereiro de 2018 às 09:41

Vídeo: Oswaldo de Oliveira se descontrola com pergunta, bate-boca e vai para cima de repórter após empate do Atlético

Treinador discutiu com repórter Léo Gomide, da Rádio Inconfidência

O técnico Oswaldo de Oliveira se descontrolou durante entrevista coletiva após o empate do Atlético com o Atlético-AC, por 1 a 1, pela primeira fase da Copa do Brasil. O treinador não aceitou a construção da pergunta do repórter Léo Gomide, da Rádio Inconfidência, discutiu com o jornalista e chegou a partir para cima dele, sendo contido pelo diretor de comunicação do clube, Domênico Bhering. 

Veja o vídeo da coletiva (de autoria de Léo Gomide), o vídeo da confusão (da Fox Sports) e veja toda a discussão

Fonte: Superespostes Vídeo: Divulgação 

7 de Fevereiro de 2018 às 11:08

Anatel anuncia redução na tarifa de ligações de fixo para celular

Medida vai beneficiar 23,6 milhões de assinantes da OI, Telefônica, CTBC, Embratel e Sercomtel

As ligações de telefones fixos para celular ficarão mais baratas a partir do próximo dia 25 – caindo da média de R$ 0,18 para R$ 0,12, sem imposto. A redução nos preços valerá tanto para chamadas locais como interurbanas para quem tem números das redes Oi, Telefônica, CTBC, Embratel e Sercomtel.

A informação foi divulgada nesta terça-feira pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), e segundo a agência, vai atingir cerca de 23,6 milhões de assinantes de concessionárias de telefonia fixa. As ligações locais terão uma redução na tarifa entre 10,58% e 12,75% – índice que varia de acordo com a operadora. 

 Nas chamadas interurbanas, as tarifas ficarão entre 3,98% e 7,41% mais baratas. Se o primeiro dígito do DDD for o mesmo, a redução vai variar entre 4,86% e 7,41%. Caso o primeiro dígito seja diferente, a variação será de 3,98% a 5,92%. 

As ligações interurbanas feitas de fixo para móvel com DDD iniciando com o mesmo dígito, por exemplo, DDDs 61 (Distrito Federal) para 62 (Goiânia), o preço médio cairá de R$ 0,55 para R$ 0,39. Enquanto o preço médio das demais ligações interurbanas de fixo para celular, vai ser reduzido de R$ 0,62 para R$ 0,45.

De acordo com nota divulgada pela Anatel, os preços caíram devido à “redução das tarifas de interconexão, pagas pelas empresas que utilizam a rede de outro grupo”. O cálculo é feito pela Anatel, e foi adotado incialmente para a instalação de redes as operadores móveis.

Fonte: Estado de Minas

7 de Fevereiro de 2018 às 14:40

Seita investigada pela Polícia Federal prometia proteção contra a "besta" no apocalipse

Acusada de escravizar fiéis em Minas e outros estados, Comunidade Evangélica Jesus, a Verdade que Marca já foi alvo de três operações. Ontem, ao menos 13 pessoas foram detidas

A promessa de proteção contra a “besta” no dia do apocalipse era o principal argumento com que líderes da seita religiosa conhecida como Comunidade Evangélica Jesus, a Verdade que Marca atraía fiéis, que eram submetidos a longas jornadas de trabalho, sem remuneração. A comunidade foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) realizada em Minas Gerais, São Paulo e Bahia, em conjunto com o Ministério do Trabalho, para apurar os crimes de redução de pessoas a condição análoga à de escravo, tráfico de pessoas, estelionato, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, que podem levar a até 42 anos de prisão. Ao menos 13 pessoas foram detidas.

Essa é a terceira vez que a seita é alvo de operação. As investigações apontaram que os líderes já estavam expandindo a seita para outros locais. Ontem, foram cumpridos 22 mandados de prisão preventiva e 42 de busca e apreensão nos três estados. Em Minas Gerais, a ação ocorreu em Pouso Alegre, Minduri, São Vicente de Minas, e Poços de Caldas. Os agentes interditaram estabelecimentos comerciais nas cidades.

As investigações apontaram que os fiéis eram atraídos em uma igreja de São Paulo e levados para as comunidades, onde eram submetidos a trabalho escravo. Também prestavam serviços em diferentes comércios ligados a seita. “Eles captavam fiéis, que posteriormente se transformam em trabalhadores fiéis e traziam para o Sul de Minas, Bahia e Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde eram colocados em casas comunitárias e estabelecimentos comerciais dos mais variados. Vão desde a pastelaria até a oficina mecânica, além de fazendas onde há produção de frutas e verduras, sem que recebam um centavo pelo trabalho”, explicou o delegado Alexsander de Castro, um dos responsáveis pelo caso.

Os líderes da seita utilizavam a religião para atrair os fiéis. “A promessa é que a besta está vindo e que dentro das comunidades não iria alcançá-los no dia do apocalipse e no juízo final. É sempre um argumento religioso. É um processo de lavagem cerebral que dá muita pena nas pessoas. Eles realmente acreditam que se saírem dali o governo colocará um chip na cabeça deles. Na tevê deles, chamam os agentes estatais de objeto do demônio”, disse o delegado.

Os alvos da operação eram os líderes da quadrilha. “São 22 que classificamos como líder da seita. O pastor, que é o grande líder, seus dois principais assessores em São Paulo, que estão presos, e todos que coordenam as atividades nas diversas cidades em que estão atuando”, afirmou o delegado. As investigações apontaram que o grupo estava ampliando as atividades no Sul de Minas, Região Metropolitana de Belo Horizonte e na Região Central da Bahia, com a compra de grandes terrenos. “Há indicativos de que estavam prospectando grandes terrenos em Tocantins”, comentou Castro.

As investigações tiveram início em 2011, quando a seita migrava as atividades de São Paulo para Minas Gerais. Dois anos depois, foi deflagrada a operação Canaã, em que as propriedades rurais e empresas foram inspecionadas. Em 2015, a segunda fase da ação, chamada de “De volta para Canaã”, terminou com a prisão de cinco dos líderes da seita.

Fonte: Estado de Minas

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Seita religiosa que atua em Minas é alvo de operação da Polícia Federal

7 de Fevereiro de 2018 às 10:56

Evangelho do Dia

Ora, o que sai do homem, isso é que mancha o homem.

[...] "Ora, o que sai do homem, isso é que mancha o homem. Porque é do interior do coração dos homens que procedem os maus pensamentos: devassidões, roubos, assassinatos, adultérios, cobiças, perversidades, fraudes, desonestidade, inveja, difamação, orgulho e insensatez. Todos estes vícios procedem de dentro e tornam impuro o homem”.

Evangelho de hoje: Mc 7,14-23

7 de Fevereiro de 2018 às 10:44

Chance de Lula não ser preso é quase nula, diz Gilmar Mendes

Ministro diz que o ex-presidente tem chance quase nula de obter liminar para evitar a execução da sentença de prisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem chance quase nula de conseguir liminar no Supremo Tribunal Federal (STF) que suspenda a execução da sentença de prisão do TRF-4. Essa decisão reverteria a negativa do Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas não é algo que se costuma fazer, alerta o ministro Gilmar Mendes, do STF. O que se costuma fazer nesses casos é enviar o caso de volta ao tribunal de baixo. Ao mesmo tempo, ele não acredita nem sequer que haja comoção no país, caso Lula acabe preso, tampouco aposta em candidatos que não têm vivência de relação com o Congresso. “De quatro eleitos desde 1988, dois terminaram e os dois que não terminaram, aparentemente, não tinham vivência na relação com o Congresso”, diz ele.

Mendes concedeu entrevista ao programa CB.Poder, parceria do Correio Braziliense e da TV Brasília ontem, o último dia como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ministro não tira totalmente a razão de quem fala do “ativismo politico” no Judiciário: “Há muito ativismo e muitas decisões calcadas em uma narrativa flácida, frouxa”, diz, atribuindo o caso da ministra Cristiane Brasil, impedida de tomar posse pela Justiça ao enfraquecimento do governo Michel Temer. “Uma decisão como essa não se tomava no governo Fernando Henrique Cardoso. A debilidade do governo encoraja”. Confira os principais trechos da entrevista.

É possível que o ex-presidente Lula consiga uma liminar e vá às eleições sub judice? 

Acho difícil. Crime contra a administração pública, em segundo grau, é quase um caso de inelegibilidade aritmética. Em princípio, ele não vai poder ser candidato, a não ser que atue e consiga suspender e anular a decisão criminal do TRF-4. Vai para o Superior Tribunal de Justiça, depois para o Supremo com recursos.

É possível que algum ministro conceda liminar para suspender os efeitos da condenação dele garantindo a elegibilidade?

Acho muito difícil que alguém dê liminar e não traga para julgamento no colegiado. Seria uma insegurança jurídica enorme para o país um presidente eleito com liminar. Há uma noção de institucionalidade que não vai permitir esse tipo de coisa.

Quando Lula critica a Justiça ou mesmo os petistas, isso é uma forma de desrespeitar o Judiciário?

Sim. Até do lado de quem tem responsabilidade para o funcionamento do estado de direito, faltou resposta para isso. Tanto quanto a declaração da senadora Gleisi (Hoffmann, PT-PR) como para a declaração do senador Lindberg (Faria, PT-RJ). É claro que isso foi feito em tom de provocação. Tanto é que no dia seguinte houve a apreensão do passaporte.

Mas o senhor acha que o Supremo tem coragem de mandar prender Lula, considerada a repercussão que isso pode causar?

Isso não pode acontecer! Se houver o entendimento de que se execute, ou seja, com a decisão de segundo grau ou com o trânsito em julgamento, e se não houver decisão do acórdão da sentença, ele será preso.

E a possível prisão do ex-presidente Lula? O senhor acredita que uma eventual prisão causaria comoção no país?
Não vejo essa possibilidade. É importante que se reconheça o direito de recorrer do presidente. É uma decisão inicialmente do STJ, que negou uma liminar, mas continua competente para decidir o mérito do habeas corpus. Não obstante, a defesa do ex-presidente decidiu levar a matéria ao Supremo, que está com o ministro Edson Fachin. Ele certamente vai analisar. Há uma súmula, já tradicional nossa, chamada 691, que diz que não cabe habeas corpus, em princípio, contra decisão de indeferimento de liminar. Portanto, o tribunal, em princípio não conhece, devolve para o tribunal, que chamamos de baixo, resolver a primeira questão. Isso caberá ao relator, e ele poderá escolher também a hipótese de discutir isso na turma ou eventualmente afetar o plenário.

O Brasil vai ter um presidente da República preso? Cumprindo pena na prisão?

Tenho muita dúvida. Se ele não consegue anular a prisão, muito provavelmente a questão de inelegibilidade está resolvida. Apesar de todas as falhas que temos tido, temos um grau de institucionalidade.

Em relação à prisão em segunda instância, o voto de hoje do ministro Alexandre de Moraes, favorável, na primeira turma, pode já dar uma luz de como o Supremo vai se posicionar a respeito?
 
Pode definir. Ver como isso vai ficar em termos de formação do colegiado geral.

O senhor mudou sua posição?

Isso é uma coisa muito complexa e por isso difícil de explicar. Em um passado recente, o Supremo admitia a prisão em segundo grau. Lá para 2008, naquele auge das confusões, ações policiais excessivas, esse tema foi trazido de novo. O Supremo disse que prisão definitiva só depois de trânsito em julgado. Abriu algumas exceções, decisões de segundo grau, quando o sujeito pudesse evadir-se, por exemplo. O sujeito recorreria preso. Aí veio esse novo debate que foi muito estimulado pelo caso do Luís Estêvão, com excesso de recurso, ficou 10 anos no Supremo sob embargo de declaração. Isso não é só um problema da parte, mas também um problema das nossas disfuncionalidades. Então, o ministro Dias Tófolli trouxe esse debate e recolocamos a questão dizendo que já em segundo grau era possível, sim, determinar-se a prisão. Deixando para os tribunais fazerem a avaliação até a suspensão da execução. O que que ocorreu? Na prática, essa ordem do Supremo foi entendida, em geral, como uma ordem para executar a prisão em segundo grau sem nenhuma destinção. Passou a ser assim. Aí vêm os problemas.

Como o senhor viu as críticas do ministro Carlos Marun à atuação do Judiciário?

Há há muitas críticas neste momento, porque, de fato, há muito ativismo e muitas decisões calcadas em uma narrativa flácida, frouxa. No caso do indulto, não examinei autos, mas o argumento que passou é que aquilo seria uma vantagem para os presos da Lava-Jato. Até agora, não se indicou uma pessoa que seja beneficiária.

No caso da ministra nomeada, Cristiane Brasil, a suspensão da posse foi uma invasão da Justiça?

Percebo que há uma crise relativa também ao enfraquecimento e debilidade do governo. Uma decisão como essa não se tomava no governo Fernando Henrique. A debilidade do governo encoraja.

No caso do ex-presidente Lula, cuja posse o senhor suspendeu também como ministro da Casa Civil, era diferente?
Claro. E as pessoas não percebem. Tudo indica que a presidente Dilma deu a posse a ele, entregou o documento. Na hora que começou a pressão, o constrangimento, ele disse: eu já sou ministro. Era inclusive uma fraude que se estava fazendo.

Como o Judiciário vai lidar com o teto de gastos?

Não sei. Certamente, isso será discutido. Há um estudo de um professor no Rio Grande do Sul que diz que nós temos a estrutura judiciária mais cara do mundo. Se não é a mais cara, é uma das.

O senhor se referiu ao auxílio-moradia como a ponta do iceberg. Por quê?

Nos últimos tempos o Ministério Público passou o Judiciário em termos de benefícios. Alguns não estão previstos em lei. Há situações que são abusivas. Determinados procuradores são deslocados dos seus postos para uma demandada atividade da Lava-Jato e lá ficam ganhando diárias por anos, o que, obviamente, não é compátivel. Têm muitos problemas nessa área. Quando se fala por exemplo que alguns desembargadores estão ganhando de R$ 80 mil a R$100 mil, estamos falando de três vezes o teto. Isso tem que ser olhado no seu contexto básico e tem sido negligenciado. Há uma certa inércia do Conselho Nacional de Justiça, do Conselho Nacional do Ministério Público.

O senhor votaria no Joaquim Barbosa?

Ainda está muito cedo para isso ser definido. Em tese, sem falar de ninguém, não acho que quem não fez carreira política, não se dedicou a isso, possa simplesmente ir ocupar um alto cargo.

Então o senhor também exclui o Luciano Huck?

Veja a experiência que tivemos com os postes. Isso até o Fernando Henrique falou em um seminário que fizemos, em Lisboa. Qual a experiência que temos? Desde a Constituição de 1988, quatro presidentes foram eleitos, dois terminaram o mandato e os que não terminaram o mandato, aparentemente, não tinham essa vivência na relação com o Congresso.

Fonte: Estado de Minas