# Notícias Gerais

18 de Maio de 2017 às 18:33

PRF apreende R$ 2 milhões em cigarros contrabandeados, na BR-365

O homem e os materiais foram encaminhados à Polícia Federal (PF) para providências.

A Polícia Rodoviária Federal de Uberlândia apreendeu nesta manhã de quarta-feira, 17, na BR-365, uma carreta carregada com cigarros contrabandeados. O veículo foi abordado em uma operação de rotina e, ao consultar a carga, os agentes descobriram duas mil caixas contendo 50 pacotes de 20 maços de cigarros em cada um.

Um homem, de idade ainda não informada, foi detido.

De acordo com a PRF, a carga é avaliada aproximadamente em R$ 2 milhões. O homem e os materiais foram encaminhados à Polícia Federal (PF) para providências.

Fonte: V9 Vitoriosa


17 de Maio de 2017 às 09:55

Esforço da Samarco para recuperar rio Doce deve gerar trabalho extra no futuro

Estudo da USP em parceria com Greenpeace revela erros e acertos em replantio de florestas

A estratégia utilizada na recuperação das florestas e matas ciliares destruídas pela tragédia da Samarco em Minas Gerais deverá gerar trabalho extra no futuro, afirma o pesquisador da USP que comandou um estudo, em parceria com o Greenpeace, sobre a recuperação das margens dos rios devastadas pela lama do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG).

“O esforço que a Samarco e a Renova estão fazendo é válido, mas [foi] feito sob muita urgência, meio no desespero. Falta olhar para essa recuperação com mais cuidado, de um ângulo experimental, testando em áreas pequenas o que é mais eficiente e, então, replicar em larga escala”, afirma o professor de Ciências Biológicas da Esalq/USP Ricardo Ribeiro.

A fundação Renova foi criada em março de 2016 após um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado entre o MPF (Ministério Público Federal) e Samarco, BHP Billiton e Vale, suas acionistas.   

Ribeiro aponta como falhas no projeto o plantio somente de plantas de crescimento rápido, processo conhecido como adubo verde, e a escolha das espécies usadas nesta etapa. “Para reduzir custos e prazos, o método mais usado é plantar espécies nativas junto com o adubo verde. Essa estratégia deles vai aumentar significativamente o custo”, afirma, destacando que o modelo já é usado em áreas de floresta em todo o Brasil com resultados positivos.

Após a tragédia, a Samarco contratou a multinacional Golder Associates para executar a recuperação ambiental das áreas atingidas. Foram selecionadas 15 espécies de rápido crescimento. “Estas espécies, algumas leguminosas, servem para proteger o solo, incorporar matéria orgânica nele e prevenir a erosão”, explica Leonardo Silva, engenheiro agrônomo à frente do projeto na fundação Renova, que substituiu a Golder.

Silva explica que foi escolhido um trabalho em duas etapas. A primeira contempla a recuperação de 101 afluentes em 113 km dos rios Gualaxo do Norte, Carmo e Doce, e o plantio desse adubo verde em 2.100 hectares (área maior que a ilha de Fernando de Noronha) até dezembro de 2017. “A partir disso faremos o plantio de 600 hectares de florestas até 2020, acompanhando o desenvolvimento até 2026”, conta.

O professor titular da USP critica a escolha das espécies.“Algumas destas plantas são agressivas com as nativas, então terão de ser retiradas manualmente pela Renova, o que representa mais trabalho e custo”, afirma, comentando que optaria por duas espécies que são mais utilizadas em recuperações de floresta em todo Brasil e consideradas mais seguras.

Dimensão inédita

Em 5 de novembro de 2015, 34 bilhões de litros de rejeitos de mineração de ferro da mineradora Samarco foram lançados no meio ambiente após o rompimento da barragem de Fundão, que ainda causou o transbordamento da barragem Santarém. Grande parte desse material se depositou nas margens de rios em Minas Gerais, formando uma espécie de tampão sobre o solo, como conclui o estudo produzido pela Esalq/USP e divulgado nesta segunda-feira (15).

A dimensão da tragédia e seu impacto representam um desafio nunca enfrentado por especialistas em recuperação ambiental, nem mesmo em outras partes do mundo, segundo Ribeiro. “Estamos desenvolvendo uma metodologia que nunca foi usada, e esperamos que não volte a ser”.

De acordo com o texto, “a lama de rejeito, após a secagem, forma uma crosta espessa e compacta que funciona como barreira física ao desenvolvimento de raízes e novas plantas, além de dificultar a infiltração de água no solo compactado. Essa crosta formada pelos rejeitos de minério apresenta níveis muito baixos de matéria orgânica e de alguns nutrientes fundamentais para o desenvolvimento de espécies florestais”.

Ribeiro e a Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queirós) são consultores no projeto de recuperação de 20.000 hectares realizado no Espírito Santo pela empresa de celulose Fibria. Ele comenta o passo-a-passo do trabalho, o maior do Brasil atualmente. "Eles começaram plantando apenas árvores nativas, mas acabaram adotando o método misto com adubo verde porque diminui muito o custa com resultados iguais ou melhores”.

Segundo Leonardo Silva, da Renova, a área a ser recuperada em Minas é bem menor, cerca de 10% da área da Fibria no Espírito Santo, mas nunca foi feita uma restauração de floresta sobre lama de rejeitos nessas proporções. “Não estamos preocupados com o gasto gerado; o método a ser adotado foi escolhido em parceria com a Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais) por ser considerado o mais eficaz”, defende. Em sua página institucional, a estatal mineira afirma ser referência nacional e primeira empresa do ramo no Brasil.

Árvores Mortas

Outro problema visível às margens do rio Gualaxo do Norte, o mais próximo a Bento Rodrigues e mais afetado na tragédia, é a grande quantidade de árvores mortas. Às margens dos rios ficam povoados também devastados, como Gesteira e Paracatu de Baixo, e também muitas áreas de florestas.

Muitas árvores dessas áreas foram arrancadas pelo ‘tsunami’ de lama ocorrido em 5 de novembro de 2015. No entanto, as que permaneceram e estão mais próximas dos leitos dos rios estão aparentemente mortas.

“Nós questionamos se deveríamos arrancar estas árvores — mas antes estamos aguardando, porque algumas podem se regenerar”, conta Leonardo Silva.

— No entanto, foi avaliado que a existência destas árvores é importante por funcionarem como poleiros de aves. E estas aves realizam a adubação do solo e a dispersão de sementes através das fezes.

Entre erros e acertos apontados, ambos especialistas afirmam que o ineditismo da situação gerada pelo maior rompimento de uma barragem de mineração no mundo apresenta um desafio para a recuperação do meio ambiente, em uma região já historicamente degradada pela exploração da floresta e matas ciliares para a agricultura e pecuária.

Fonte: Gustavo Basso, do R7

17 de Maio de 2017 às 09:10

Mestre de obras patense de 40 anos está desaparecido e família pede ajuda

Roginaldo Nunes Braga foi visto pela última vez às 5h45min desta segunda-feira (15) no Posto Patão e desde então não deu mais notícias.



O mestre de obras Roginaldo Nunes Braga, 40, está desaparecido desde a manhã desta segunda-feira (15). Natural de Patos de Minas, ele foi visto pela última às 5h45min no Posto Patão e desde então não deu mais notícias.

Segundo a esposa de Roginaldo, a Polícia Militar registrou que a caminhonete Chevrolet/S10, de cor prata, com placas OP1-1662 de Patos de Minas, passou pelo Posto Rodoviário de Carmo do Paranaíba por volta das 6h35min.

Desde as 10h30min da manhã de ontem, o celular de Roginaldo cai apenas na caixa de mensagens. Ele seguia para Pará de Minas, onde iria prestar um serviço para a empresa de Uberlândia onde trabalha atualmente como mestre de obras.

Antes de desaparecer, Roginaldo Nunes Braga trajava o uniforme da firma, uma camisa polo de cor cinza claro. Familiares solicitam ajuda para localizar o paradeiro de Roginaldo. Qualquer informação, entrar em contato pelos números 99975-5452 (Silésia) e 99246-2018 (Yasmim).

Fonte: Patos Notícias

17 de Maio de 2017 às 08:01

Evangelho do Dia

Quem permanecer em mim, e eu nele, produz muito fruto

"Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não der fruto em mim, ele o cortará; e podará todo o que der fruto, para que produza mais fruto. [...] O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em mim será lançado fora, como o ramo. Ele secará e hão de ajuntá-lo e lançá-lo ao fogo, e será queimado. Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis tudo o que quiserdes e vos será feito. [...].”
 

Evangelho de hoje: Jo 15,1-8

16 de Maio de 2017 às 09:51

Disputa pelo governo de Minas deve ser acirrada

Uma dobradinha com o PMDB estaria nos planos de Pimentel

O governador Fernando Pimentel (PT) articula aliança com mais de 15 partidos e dezenas de deputados estaduais para ser candidato à reeleição, em 2018. Uma dobradinha com o PMDB estaria nos planos de Pimentel. No âmbito nacional, no entanto, deputados federais do PMDB, partido do vice-governador e presidente estadual da legenda, Antônio Andrade, podem se afastar do petista.

Andrade afirma que uma chapa peemedebista puro-sangue irá às urnas no próximo pleito. No entanto, o partido se aproxima cada vez mais do PSDB.
“Muita coisa deve acontecer até 2018, o que nos impede de prever um quadro certo. Nós vamos trabalhar em torno de candidatura própria do PMDB. Temos bons nomes para isso, mas não vou citá-los”, disse. Um dos nomes fortes que surge nos bastidores da política para carregar a bandeira do PMDB é do deputado federal Rodrigo Pacheco, que concorreu às eleições municipais de Belo Horizonte em 2016.

Em discurso alinhado com o do presidente estadual do partido, Pacheco afirma que as eleições estão distantes e que tem preferência por uma chapa formada apenas por peemedebistas.

Ele não confirma que será candidato, mas também não nega. “Fico honrado com a confiança de muitas pessoas, mas eu não posso assumir esse posto agora em razão dos meus compromissos com Brasília. O que eu posso afirmar é o meu desejo de que o partido lance uma candidatura própria”, afirmou o deputado.

No segundo turno das eleições para a Prefeitura de Belo Horizonte, em 2016, Rodrigo Pacheco apoiou o candidato tucano João Leite, ato que foi rechaçado por alguns parlamentares estaduais da sigla. Na época, integrantes do diretório municipal reclamaram que não foram consultados. O próprio vice de Pacheco, Vanderlei Miranda, foi contra o apoio, na ocasião.

Desde então, uma ala do PMDB e outra do PSDB vêm conversando com mais intimidade. Caciques de ambos os partidos admitem a possibilidade de o romance virar casamento.

Segundo uma fonte que não quis se identificar, as dobradinhas das legendas pelo país indicam que há interação suficiente para tal. “São partidos fortes, que formariam uma aliança bem interessante”, diz a fonte.

Lacerda quer percorrer municípios nos próximos meses

Enquanto petistas e peemedemistas entoam o discurso de que ainda falta muito tempo para as eleições, o ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB) percorre municípios mineiros de todas as regiões para manter a própria imagem acesa na mente dos mineiros. Segundo fonte de bastidores, Lacerda vai usar o material colhido nas viagens para elaborar o plano de governo. A peregrinação, que não deixa de ser um ‘corpo a corpo’, começa em junho.

O socialista foi presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) até abril. Agora, ele presidente o conselho de ex-presidentes da Frente. Como representante da FNP, o ex-prefeito foi convidado a dar palestras sobre gestão pública em faculdades.

Quem também já decidiu o futuro político é Antonio Anastasia (PSDB). “Algumas pessoas ainda têm esperanças de que Anastasia seja candidato, mas ele já avisou ao partido que não deixará o senado”, diz uma fonte.

Agora, Anastasia procura alguém que possa representar o partido no pleito estadual. Ainda de acordo com a fonte, apoio de partidos para 2018 ainda não entrou na pauta das reuniões do PSDB.

Segundo Anastasia, as eleições de 2018 não são prioridade no momento. “As pessoas nas ruas não estão preocupadas com isso. Estão interessadas é em retomarmos o desenvolvimento do Brasil, que os políticos trabalhem e cumpram seu papel. Temos de nos concentrar nisso para só no início de 2018 pautar o tema das eleições. No momento oportuno tenho certeza que o PSDB e aliados apresentarão um nome qualificado para oferecer a Minas Gerais”, disse, por meio de nota.

Mais nomes
O ex-presidente da Assembleia, Dinis Pinheiro (PP), é outro nome que aparece nas conversas sobre 2018. Na esquerda, o Psol, que teve a candidata mais votada na Câmara Municipal de BH em 2016, Áurea Carolina, também deve lançar um candidato ou candidata ao governo, conforme a presidente da legenda, Sara Azevedo. “Ainda não definimos nos nossos fóruns, mas é bem provável que lançaremos”, afirmou.

Fonte: Hoje em DIa

16 de Maio de 2017 às 09:05

Vacina da febre amarela continua eficaz mesmo com mutação de vírus, diz ministro

Brasil ainda conta com estoque de 10 milhões de imunizantes

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, comentou ontem (15) a pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que identificou oito mutações em sequências genéticas do vírus da febre amarela do surto de 2017. Segundo ele, a vacina continua eficaz contra a variação do vírus, no entanto afirmou que haverá avaliação sobre melhorias. “Os resultados apontam que nossa vacina continua eficaz para esse vírus que sofreu a mutação. Evidentemente, vamos avaliar isso e ver se podemos fazer alguma melhoria que seja necessária”. Ele afirmou que a Fiocruz fará o acompanhamento técnico dessa questão.

Ao participar de evento hoje em São Paulo, Barros disse ainda que o país tem um estoque de 10 milhões de vacinas que serão aplicadas em áreas que antes não eram de recomendação e passarão agora a ter proteção para evitar que, em 2018, haja novo surto da doença.

Mutação

A comprovação da mutação foi feita a partir dos primeiros sequenciamentos completos do genoma de amostras de dois macacos do tipo bugio encontrados em uma área de mata, no Espírito Santo, no fim de fevereiro deste ano. Para os pesquisadores, as alterações genéticas não comprometem a eficiência da vacina contra a doença, mas a Fiocruz vai pesquisar se elas tornam o vírus mais agressivo. Os estudos mostraram que os microrganismos pertencem ao subtipo genético conhecido como linhagem Sul Americana 1E, que segundo os pesquisadores, é predominante no Brasil desde 2008.

Fonte: R7

16 de Maio de 2017 às 08:22

Evangelho do Dia

A minha paz vos dou.

"Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não se perturbe o vosso coração, nem se atemorize! Ouvistes o que eu vos disse: Vou e volto a vós. Se me amardes, certamente haveis de alegrar-vos, que vou para junto do Pai, porque o Pai é maior do que eu. E disse-vos agora essas coisas, antes que aconteçam, para que creiais quando acontecerem. Já não falarei muito convosco, porque vem o príncipe deste mundo; mas ele não tem nada em mim. O mundo, porém, deve saber que amo o Pai e procedo como o Pai me ordenou. Levantai-vos, vamo-nos daqui”.

 

Evangelho de hoje: Jo 14,27-31a

17 de Maio de 2017 às 09:49

Mulher morre em acidente entre carro e moto em Ituiutaba

A vítima apresentava um quadro de parada cardiorrespiratória no momento do resgate

Ituiutaba – Uma mulher de 36 anos morreu em um grave acidente registrado na tarde deste domingo (14) de maio no bairro Novo Tempo II. A ocorrência foi atendida pelos Bombeiros de Ituiutaba.

Ana Paula de Souza Bento conduzia uma motocicleta Honda de cor vermelha, quando chocou-se contra um VW Gol de cor branca – o impacto fez com que a condutora da motocicleta perdesse o controle da direção, vindo a chocar-se violentamente contra o muro de uma residência.

Segundo os Bombeiros, a vítima apresentava um quadro de parada cardiorrespiratória no momento do resgate.

Os militares deslocaram até o Bairro Novo Tempo ll para atender a ocorrência de acidente de trânsito envolvendo automóvel e uma motocicleta.

No local os militares deparam com a vítima Ana Paula de Souza Bento de 36 anos inconsciente e com o quadro de parada cardiorrespiratória.

A equipe iniciou os procedimentos de ressuscitação cardiopulmonar e encaminharam a vítima ao Pronto Socorro Municipal.

Ana Paula de Souza Bento não resistiu aos ferimentos e veio a óbito

Fonte: Tudo em Dia fotos


15 de Maio de 2017 às 10:52

Como o derretimento de geleiras está levando ao ressurgimento de doenças 'adormecidas'

Seres humanos, bactérias e vírus têm coexistido ao longo da história. Da peste bubônica à varíola, nós evoluímos para resistir a eles, e em resposta eles desenvolveram novas maneiras de nos infectar

Já faz mais de um século que temos os antibióticos, desde que Alexander Fleming descobriu a penicilina. Mas as bactérias não deixaram por menos: elas responderam evoluindo sua resistência aos antibióticos.

A batalha parece sem fim: nós passamos tanto tempo com patógenos, que às vezes desenvolvemos um tipo de impasse natural. No entanto, o que aconteceria se nós, de repente, ficássemos expostos a bactérias e vírus mortais que ficaram ausentes por milhares de anos - ou então que nunca vimos antes?

É possível que estejamos perto de descobrir que aconteceria. As mudanças climáticas estão derretendo o solo da região do ártico que existiram ali por milhares de anos e, conforme o solo derrete, ele vai liberando antigos vírus e bactérias que, depois de ficarem tanto tempo "dormentes", voltam à vida.


Em agosto de 2016, em uma região remota da tundra da Sibéria chamada Península Iamal no Círculo Ártico, um garoto de 12 anos morreu e pelo menos 20 pessoas foram hospitalizadas após terem sido infectadas por antraz. 

A teoria é que, há mais de 75 anos, uma rena infectada com antraz morreu e sua carcaça congelada ficou presa sob uma camada de solo também congelado, chamado de permafrost. Lá ela ficou até a onda de calor que invadiu a região no verão de 2016 - e derreteu o permafrost.

Isso expôs a carcaça da rena infectada e liberou o vírus para a água e para o solo do local e, consequentemente, para os alimentos que as pessoas que viviam lá comiam. Mais de 2 mil renas nasceram infectadas ali, e houve um número menor de casos em humanos. O medo agora é que esse não tenha sido um caso isolado.

Conforme a Terra vai aquecendo, mais camadas do permafrost vão derretendo. Sob circunstâncias normais, cerca de 50 cm das camadas de permafrost mais superficiais derretem no verão. Mas com o aquecimento global, camadas mais profundas e antigas têm derretido também.

O permafrost congelado é o lugar perfeito para as bactérias se manterem vivas por um longo período de tempo, talvez até um milhão de anos. Isso significa que o derretimento das geleiras pode abrir a caixa de pandora das doenças.A temperatura no Círculo Ártico está aumentando rapidamente, cerca de 3 vezes mais rápido do que no resto do mundo.

Conforme o permafrost derrete, outros agentes infecciosos podem ser liberados, como explica o biólogo evolucionista Jean-Michel Claverie da Universidade Aix-Marseille, na França.

— O permafrost é um bom lugar para preservar micróbios e vírus, porque ele é frio, não tem oxigênio e é escuro. Vírus patogênicos que podem infectar humanos ou animais podem ser preservados em camadas antigas de permafrost, inclusive alguns que podem ter causado epidemias globais no passado.

Só no início do século 20, mais de um milhão de renas morreram por causa de infecção por antraz.

Não é fácil cavar tumbas muito profundas, então a maioria das carcaças dos animais são enterrados perto da superfície, espalhados pelos 7 mil cemitérios no norte da Rússia.

No entanto, o maior medo é o que mais pode estar escondido sob o solo congelado. Pessoas e animais têm sido enterrados em permafrost por séculos, então é plausível dizer que outros agentes patogênicos e doenças infecciosas podem ser desencadeados se o derretimento do solo continuar.

Por exemplo, cientistas descobriram fragmentos de RNA da gripe espanhola de 1918 em corpos enterrados em valas comuns na tundra do Alasca. A varíola e a peste bulbônica também podem estar enterradas na Sibéria. Em um estudo em 2011, Boris Revich e Marina Podolnaya escreveram: "Como consequência do derretimento do permafrost, vetores de doenças infecciosas mortais dos séculos 18 e 19 podem voltar, especialmente próximo aos cemitérios onde as vítimas dessas infecções foram enterradas."

Por exemplo, na década de 1890, houve uma epidemia grande de varíola na Sibéria. Uma cidade perdeu praticamente 40% de sua população. Seus corpos foram enterrados sob o permafrost nas margens do rio Kolyma.

Cerca de 120 anos depois, a enchente do rio começou a erodir as margens e o derretimento do permafrost acelerou o processo de erosão. Em um projeto que começou nos anos 1990, cientistas do Centro Estadual de Pesquisa de Virologia e Biotecnologia em Novosibirsk analisaram os restos de pessoas da Idade da Pedra que foram encontrados no sul da Sibéria, na região de Gorny Altai.

Eles também testaram amostras de cadáveres de homens que haviam morrido durante epidemias virais no século 19 e foram enterrados no permafrost russo.

Os pesquisadores dizem que eles encontraram corpos com feridas características das marcas deixadas pela varíola. Eles não chegaram a encontrar o vírus da varíola em si, mas detectaram fragmentos de seu DNA.

Certamente não é a primeira vez que uma bactéria congelada voltou à vida. Em um estudo de 2005, cientistas da Nasa ressuscitaram com sucesso bactérias que haviam ficado "guardadas" em um lago congelado no Alasca por 32 mil anos.

Os micróbios, chamados Carnobacterium pleistocenium, estavam congelados desde o período Pleistoceno, quando mamutes lanosos ainda vagavam pela Terra. Quando o gelo derretia, eles começavam a nadar ao redor, sem parecer afetados.

Dois anos depois, cientistas conseguiram ressuscitar bactérias de 8 milhões de anos que havia ficado adormecidas no gelo, sob a superfície glacial nos vales Beacon e Mullins na Antártica. No mesmo estudo, bactérias de 100 mil anos foram ressuscitadas.
No entanto, nem todas as bactérias podem voltar à vida depois de terem sido congeladas em permafrost. A bactéria do antraz consegue porque ela têm esporos, que são muito resistentes e podem sobreviver por mais de um século.

Outra bactéria que pode formar esporos e, consequentemente, sobreviver no permafrost, é a do tétano e a Clostridium botulinum, responsável pelo botulismo - uma doença rara que pode causar paralisia e até mesmo se tornar fatal. Alguns fungos e vírus também podem sobreviver nesse time de ambiente por mais tempo.

Em um estudo de 2014, uma equipe conseguiu ressuscitar dois vírus que estavam no permafrost da Sibéria por 30 mil anos. Conhecidos como Pithovirus sibericumand Mollivirus sibericum, eles são dois vírus gigantes, porque ao contrário da maioria dos outros, eles conseguem ser vistos sem microscópios. Eles foram encontrados a 30 metros de profundidade na tundra costal.

Uma vez "vivos" de novo, esses vírus se tornaram rapidamente infecciosos. Para a nossa sorte, esses vírus em particular somente infectam seres monocelulares, como amebas. No entanto, o mesmo estudo sugere que outros vírus - que podem infectar humanos - podem ser ressuscitados da mesma forma.

E não é só o aquecimento global que pode derreter diretamente o permafrost para termos uma ameaça. Isso porque o gelo do Mar Ártico está derretendo, então a costa norte da Sibéria se tornou mais acessível pelo oceano. Como resultado disso, a exploração industrial, incluindo a exploração de minas por ouro e minerais, e a própria exploração de petróleo e gás natural estão se tornando agora mais lucrativas. Claverie falou sobre o assunto.

— Neste momento, essas regiões estão desertas e as camadas mais profundas de permafrost são deixadas em paz. No entanto, essas camadas mais antigas podem ser expostas por escavações de minas ou por perfurações de petróleo. Se vírus ou bactérias ainda estiverem lá, isso poderia abrir as portas para um desastre.

Vírus gigantes podem ser os principais culpados por uma grande epidemia.

— A maioria dos vírus são rapidamente desativados fora de células hospedeiras por conta da luz, dessecação ou degradação bioquímica espontânea", diz Claverie. "Por exemplo: se o DNA dele sofre danos impossíveis de serem reparados, o vírus não será mais infeccioso. No entanto, entre os vírus conhecidos, o vírus gigante tende a ser mais resistente e quase impossível de quebrar.

Claverie afirma que vírus dos primeiros humanos a habitarem o Ártico podem ressurgir. Poderíamos até mesmo ver vírus de espécies humanas há muito tempo extintas, como o Neanderthal e Denisovan, que se estabeleceram na Sibéria e foram infectados com várias doenças virais. Restos do homem de Neanderthal de 30-40 mil anos atrás foram encontrados na Rússia. Populações humanas viveram ali por milhares de anos - adoeceram ali e morreram ali.

— A possibilidade de nós pegarmos um vírus de um Neanderthal há muito tempo extinto sugere que a ideia de que um vírus pode ser erradicado do planeta é errada, e nos dá um falso senso de segurança. E é por isso que deveríamos manter estoques de vacina, para caso voltemos a precisar delas um dia.

Desde 2014, Claverie analisa os DNAs de camadas de permafrost, buscando características genéticas de vírus e bactérias que poderiam infectar humanos. Ele encontrou evidências de muitas bactérias que provavelmente são perigosas para humanos. As bactérias têm um DNA que codifica fatores de virulência: moléculas que produzem bactérias e vírus patogênicos, o que aumenta sua capacidade de infectar um hospedeiro.

A equipe de Claverie também encontrou algumas sequências de DNA que pareciam vir de vírus, inclusive da herpes. No entanto, eles ainda não encontraram nenhum traço de varíola. Por razões óbvias, eles não tentaram reavivar nenhum dos patógenos.

Além do solo do Ártico

Os patógenos que foram isolados dos humanos por muito tempo podem voltar não apenas pelo gelo ou pelo permafrost - cientistas da Nasa descobriram em fevereiro deste ano micróbios de 10-50 mil anos atrás dentro de cristais em uma mina do México.

A bactéria foi encontrada na Caverna dos Cristais, parte de uma mina em Naica, no norte do México. Lá, há vários cristais brancos do mineral selenito, que foram formados ao longo de centenas e milhares de anos.

A bactéria ficou presa dentro de pequenos bolsos de fluidos dentro dos cristais, mas uma vez que eles foram removidos, ela reviveu e começou a se multiplicar. Os micróbios são geneticamente únicos e podem ser novas espécies, mas os pesquisadores ainda vão divulgar um estudo completo sobre eles.

Até mesmo bactérias mais velhas foram encontradas na Caverna Lechuguilla, no Novo México, a 300 metros sob o solo. Esses micróbios não tinham visto a superfície nos últimos 4 milhões de anos.

A caverna nunca vê a luz do dia, e é tão isolada que leva cerca de 10 mil anos para a água da superfície entrar na caverna.
Apesar disso, a bactéria de alguma forma se tornou resistente aos 18 tipos de antibióticos, incluindo remédios considerados o "último recurso" para combater infecções.

Em um estudo publicado em dezembro do ano passado, pesquisadores descobriram que a bactéria, conhecida como Paenibacillus sp. LC231, era resistente a 70% dos antibióticos e conseguia desativar boa parte deles.

Conforme as bactérias ficaram completamente isoladas na caverna por quatro milhões de anos, elas não tiveram contato com as pessoas ou com antibióticos usados para tratar as infecções humanas. O que significa que sua resistência aos antibióticos deve ter surgido de outra forma.

Os cientistas envolvidos acreditam que a bactéria, que não prejudica os seres humanos, é um dos muitos que naturalmente evoluíram e criaram a resistência aos antibióticos. Isso sugere que a resistência aos antibióticos tem existido há milhões e até bilhões de anos.
Obviamente, uma resistência a antibiótico tão antiga não pode ter se desenvolvido como resultado do uso de um antibiótico.

O motivo para isso é que muitos tipos de fungos, ou até de outras bactérias, produzem naturalmente antibióticos para ganhar vantagem competitiva com outros micróbios. Foi assim que Fleming descobriu a penicilina: bactérias em uma placa de Petri morreram depois de uma terem sido contaminadas com uma excreção de mofo.

Em cavernas, onde há pouca comida, organismos precisam ser implacáveis para sobreviver. Bactérias como a Paenibacillus podem ter precisado desenvolver resistência a antibióticos para evitarem ser mortas por organismos rivais.

Isso explicaria por que essas bactérias são resistentes apenas a antibióticos naturais, que vêm de outras bactérias ou fungos, e compõem cerca de 99,9% de todos os antibióticos que usamos. Essas bactérias nunca encontraram antibióticos criados pelo homem, então não têm resistência a eles. O microbiólogo Hazel Barton, da Universidade de Akron, Ohio, liderou o estudo.

— Nosso trabalho, e o trabalho de outros, sugere que a resistência a antibióticos não é um conceito novo. Nossos organismos foram isolados de espécies da superfície por 4 a 7 milhões de anos, mas a resistência que eles têm é geneticamente idêntica à de espécies encontradas na superfície. Isso significa que esses genes são pelo menos antigos, e não foram originados pelo uso humano dos antibióticos para tratamento.

Apesar de a Paenibacillus não infectar humanos, ela poderia, em teoria, passar sua resistência a antibióticos para outros patógenos. No entanto, por ela estar isolada abaixo de 400 metros de rocha, isso parece improvável de acontecer.

No entanto, a resistência a antibióticos naturais é provavelmente tão predominante, que muitas bactérias que emergem de permafrost devem já tê-la desenvolvido. Em um estudo de 2011 os cientistas extraíram DNA de bactérias de 30.000 anos de idade encontradas em permafrost na região de Beringian entre a Rússia e o Canadá. Eles encontraram genes que codificam a resistência a antibióticos beta-lactâmicos, tetraciclina e antibióticos glicopeptídicos.

Quanto nós deveríamos nos preocupar com isso?

Uma questão a ser levada em consideração é que o risco dos patógenos de permafrost ainda é desconhecido, então isso não pode nos preocupar demais. Em vez disso, nós deveríamos focar em ameaças mais concretas, como o aquecimento global e as mudanças climáticas.

Por exemplo, conforme a Terra vai aquecendo, os países do Norte vão se tornando mais suscetíveis a epidemias de doenças "do Sul", como malária, cólera, dengue, já que esses patógenos sobrevivem em temperaturas mais quentes.

Mas há outra perspectiva também, que seria a de nós não ignorarmos os riscos apenas porque nós não podemos estimá-los. Claverie explica.

— Seguindo nosso trabalho e o de outros, existe agora uma possibilidade que não é zero de micróbios patogênicos reviverem e nos infectarem", afirmou Claverie. Quão provável isso é, ainda não sabemos, mas é uma possibilidade. Poderiam ser bactérias que são curáveis com antibióticos, ou bactérias resistentes, ou um vírus. Se o patógeno não ficou em contato com humanos por muito tempo, então o nosso sistema imunológico não está preparado para ele. Sendo assim, pode ser perigoso.

Fonte: BBC Brasil