País chega a sete ouros nesta edição e iguala desempenho na Rio 2016
Fonte: Agência Brasil Edição: Cláudia Soares Rodrigues fotos: Lucas Figueiredo/CBF
Com dose extra de emoção, o Brasil venceu a Espanha por 2 a 1 na manhã deste sábado 7/08, em Yokohama (Japão), e garantiu o segundo ouro consecutivo do futebol masculino em Jogos Olímpicos. O heroi da final foi o atacante Malcom, que entrou na prorrogação e decidiu. Com o resultado, o país somou seu sétimo ouro nos Jogos de Tóquio, igualando o desempenho no Rio, cinco anos atrás.
Brasil e Espanha fizeram um duelo equilibrado e movimentado desde o início. Aos 15 do primeiro tempo, Diego Carlos salvou em cima da linha o que seria o gol espanhol. Aos 37, após checagem do VAR, foi assinalado pênalti do goleiro Unai Simón em saída atrapalhada da meta, atropelando Matheus Cunha. No entanto, na cobrança, Richarlison chutou por cima do gol, desperdiçando a chance de abrir o placar.
Porém, não demorou para o Brasil conseguir enfim sair na frente. Nos acréscimos da primeira etapa, Daniel Alves salvou um cruzamento de Claudinho que sairia pela linha de fundo. A bola subiu e Matheus Cunha ganhou dos zagueiros espanhois para dominar e chutar com precisão no canto esquerdo do goleiro: 1 a 0.
Na volta para o segundo tempo, a Espanha recuperou o jogo de posse de bola, enquanto o Brasil passou a se focar no contra-ataque. Foi assim que Richarlison quase ampliou. Aos seis minutos, ele recebeu na área, driblou o zagueiro e chutou. O desvio do goleiro Simón foi o suficiente para a bola sair da trajetória das redes e encontrar o travessão.
A Espanha também parou no travessão por duas vezes, até marcar aos 16. Soler cruzou da direita e Oyarzabal, de primeira, finalizou longe do alcance do goleiro Santos.
Daí em diante, a Espanha manteve a posse da bola, criando dificuldades para a seleção brasileira, mas sem conseguir transformar a vantagem em liderança no placar.
Na prorrogação, o técnico André Jardine substituiu Matheus Cunha por Malcom, uma substituição que se mostraria decisiva.
Recuperando o fôlego, o Brasil passou a dominar o jogo, utilizando principalmente o lado esquerdo, com o próprio Malcom e o lateral Guilherme Arana. O lance capital aconteceu aos quatro minutos do segundo tempo da prorrogação.
Malcom recebeu lançamento longo pela esquerda, passou pela marcação ao dominar a bola e saiu na cara do gol. Ele tocou na saída do goleiro para dar a vitória e o ouro ao Brasil.
O gol representou a conclusão de uma história curiosa do atacante de 24 anos. Ele fez parte da lista inicial de Jardine, mas não foi liberado pelo seu clube, o Zenit, da Rússia, por ainda ter uma final a disputar com o time. Posteriormente, com a lesão e o corte de Douglas Augusto às vésperas da viagem para o Japão, ele acabou sendo reconvocado, agora já com a permissão do Zenit. Ele foi o último atleta a se apresentar à seleção para a Olimpíada.
O Brasil, que até 2016 colecionava decepções no futebol masculino em Olimpíadas, agora tem dois ouros. Há cinco anos, o palco foi o Maracanã. E neste sábado, o Estádio de Yokohama, o mesmo onde a seleção conquistou seu último título da Copa do Mundo, em 2002.
Brasil: Santos, Daniel Alves, Nino, Diego Carlos, Guilherme Arana; Douglas Luiz, Bruno Guimarães, Claudinho (Reinier) e Antony (Gabriel Menino); Matheus Cunha (Malcom) e Richarlison (Paulinho)
A CAMPANHA DOURADA
Brasil 4 x 2 Alemanha
Brasil 0 x 0 Costa do Marfim
Brasil 3 x 1 Arábia Saudita
Brasil 1 x 0 Egito
Brasil 0 (4 x 1) 0 México
Brasil 2 x 1 Espanha
Se tiverdes fé nada vos será impossível.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus.
Naquele tempo, 17 14 quando eles se reuniram ao povo, um homem aproximou-se deles e prostrou-se diante de Jesus, 15 dizendo: “Senhor, tem piedade de meu filho, porque é lunático e sofre muito: ora cai no fogo, ora na água.
16 Já o apresentei a teus discípulos, mas eles não o puderam curar”.
17 Respondeu Jesus: “Raça incrédula e perversa, até quando estarei convosco? Até quando hei de aturar-vos? Trazei-mo”.
18 Jesus ameaçou o demônio e este saiu do menino, que ficou curado na mesma hora.
19 Então os discípulos lhe perguntaram em particular: “Por que não pudemos nós expulsar este demônio?”
20 Jesus respondeu-lhes: “Por causa de vossa falta de fé. Em verdade vos digo: se tiverdes fé, como um grão de mostarda, direis a esta montanha: ‘Transporta-te daqui para lá’, e ela irá; e nada vos será impossível. Quanto a esta espécie de demônio, só se pode expulsar à força de oração e de jejum”.
Palavra da Salvação.
Evangelho (Mateus 17,14-20)
Informou a Funerária São Pedro e Velório Príncipe da Paz.
Faleceu no dia 07/08 em Patos de Minas (MG) - Sr. Messias Acir Silva aos 48 anos.
Deixa a esposa: Elaine Maria Gonçalves e Silva.
Deixa as filhas: Leticia Gonçalves e Silva, Gabriela Gonçalves e Silva, a mãe, Marilda Dias Silva.
Deixa a irmã Camila Marilda Silva e demais parentes e amigos.
Cerimônia fúnebre restrita a familiares conforme decreto municipal na funerária Príncipe da Paz Rua Ouro Preto 798 B. Várzea partir das 17h00min.
Sera sepultado neste sábado, 07/08, às 17h00min no Cemitério Santa Cruz em Patos de Minas.
Projeto é defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e tem gerado conflito entre os Poderes Executivo e Judiciário
Fonte: R7 Plínio Aguiar Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Em meio à escalada da crise institucional entre os Poderes Executivo e Judiciário, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou nesta sexta-feira (6) que levará ao plenário a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do voto impresso.
“A Câmara dos Deputados sempre se pauta pelo cumprimento do regimento e pela defesa da sua vontade, que é a expressão máxima da democracia. Pela tranquilidade das próximas eleições e para que possamos trabalhar em paz até janeiro de 2023, vamos levar sim a questão do voto impresso para o plenário, onde todos os parlamentares, eleitos legitimamente pela urna eletrônica, vão decidir. E eu friso, todos foram eleitos pela urna eletrônica”, afirmou.
“Para quem fala que a democracia está em risco, não há nada mais livre, amplo e representativo do que deixar o plenário manifestar-se. Só assim teremos uma decisão, inquestionável e suprema, porque o plenário é a nossa alçada máxima de decisão, a expressão da democracia, e vamos deixa-lo decidir”, acrescentou.
A medida, bandeira do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), foi rejeitada na última quinta-feira (5) por uma comissão especial da Câmara. O parecer foi derrotado por 23 votos a 11. Na sequência, o deputado Junior Mano (PL-CE) foi escolhido para a elaboração de um novo texto, no entanto, renunciou à função. Ainda não está definido um novo relator.
De acordo com Lira, a medida de levar o tema ao plenário pode ser feita em duas situações: se for rejeitada ou se a comissão especial ultrapassar as 40 sessões sem conseguir aprovar o relatório. Mesmo com a derrota, a matéria seguirá, agora, para o plenário da Casa. Por se tratar de uma PEC, para ser aprovada são necessários 308 votos em dois turnos.
O presidente da Câmara havia indicado apoio ao voto impresso na quarta-feira (4). Na ocasião, Lira disse não existir “nenhum fato relevante” que aponte fraude nas urnas eletrônicas, mas falou em criar formas de auditagem “mais transparente” que evitem a contestação das eleições.
O voto impresso virou uma das principais bandeiras de Bolsonaro e tem gerado conflito entre os Poderes Executivo e Judiciário, uma vez que o inquilino do Palácio do Alvorada tem atacado a democracia, instituições e autoridades, além de colocar em suspeição a realização das eleições de 2022 caso a medida não seja implementada no país.
Durante um almoço com empresários nesta sexta-feira (6) em Joinville (SC), Bolsonaro afirmou que não fez ataques ao STF, mas em seguida disse que parte da Corte “quer a volta da corrupção e da impunidade”.
Os reiterados ataques de Bolsonaro às instituições e, especialmente aos ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, fizeram com que Luiz Fux, presidente do STF, subisse o tom, afirmar que as investidas atingem toda a Corte e suspender, por ora, o diálogo entre os Poderes.
Lira informou que reunirá, na próxima segunda-feira (9), com líderes partidários para tratar sobre a matéria, disse, sem citar os chefes dos demais Poderes, que “a disputa já foi longe demais” e criticou qualquer ideia, como pregou Bolsonaro, de avançar fora das quatro linhas da Constituição de 1988.
“Não contem comigo com qualquer movimento que rompa ou macule independência e de harmonia entre os Poderes, ainda mais como chefe do Poder que mais representa a vontade do povo brasileiro. Este é o meu papel e não fugirei jamais desse compromisso histórico e eterno”, afirmou Lira.
“O botão amarelo continua apertado. Segue com a pressão do meu dedo. Estou atento. 24 horas atento. Todo tempo é tempo. Mas tenho certeza que continuarei pelo caminho da institucionalidade, da harmonia entre os Poderes e da defesa da democracia. O plenário será o juiz dessa disputa que já foi longe demais”.
Sistema de saúde público inglês diz que níveis transmissão da variante podem não ser afetados pelos imunizantes
Fonte: R7 Reuters - Internacional foto: REUTERS/HENRY NICHOLLS
A Saúde Pública da Inglaterra disse nesta sexta-feira 6/08 que indícios iniciais levam a crer que os níveis de coronavírus encontrados em pessoas infectadas com a variante Delta são semelhantes quer tenham sido vacinadas ou não, o que pode ter implicações em sua transmissibilidade.
"Algumas descobertas iniciais... indicam que os níveis do vírus naqueles que se tornam infectados com a Delta já tendo sido vacinados podem ser semelhantes aos níveis encontrados em pessoas não-vacinadas", informou a Saúde Pública da Inglaterra em um comunicado.
"Isto pode ter implicações na transmissibilidade das pessoas, quer tenham sido vacinadas ou não. Entretanto, esta é uma análise exploratória inicial, e novos estudos direcionados são necessários para confirmar se é este o caso."
Exame permite que o próprio paciente faça coleta em casa e consulte resultado em aplicativo de smartphone
Fonte: R7 foto: DEVORA NAJJAR/MIT/DIVULGAÇÃO
Cientistas desenvolveram um teste caseiro de covid-19 que pode, além de confirmar a doença, dizer a variante do coronavírus que infectou uma pessoa. Tudo isso feito em casa a partir de uma amostra de saliva.
O projeto foi conduzido por pesquisadores do Instituto Wyss para Engenharia Biologicamente Inspirada, da Universidade de Harvard, e do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussetts) e de vários hospitais da região de Boston, nos EUA.
A ferramenta representa um avanço dos diagnósticos tendo em vista que a análise da variante requer o sequenciamento genético, o que implica em mais estrutura e custos.
O dispositivo se chama miSHERLOCK (SHERLOCK minimamente instrumentado) e pode ser operado pela própria pessoa, que vai acessar o resultado por meio de um aplicativo de smartphone.
"Ele distinguiu com sucesso entre três variantes diferentes do SARS-CoV-2 em experimentos e pode ser rapidamente reconfigurado para detectar variantes adicionais como Delta", diz um comunicado do Instituto Wyss.
O método foi testado em 27 pacientes com covid-19 e 21 pacientes sem a infecção. Houve acerto em 96% dos casos positivos e de 95% dos negativos.
Além disso, o aparelho pode ser fabricado por impressoras 3D a um custo que varia entre US$ 6 e US$ 15 (R$ 31 e R$ 78).
“O MiSHERLOCK elimina a necessidade de transportar amostras de pacientes para um local de teste centralizado e simplifica muito as etapas de preparação de amostras, dando aos pacientes e médicos uma imagem mais rápida e precisa da saúde individual e da comunidade, o que é crítico durante uma pandemia em evolução”, disse Helena de Puig, autora do estudo e pós-doutora pelo Wyss Institute e MIT.
O grupo integrado por Helena desenvolveu uma reação projetada para cortar o material genético do coronavírus SARS-CoV-2 em uma região de um gene chamado nucleoproteína, que é conservado em múltiplas variantes do vírus.
" Quando a tesoura molecular — uma enzima chamada Cas12a — se liga e corta com sucesso o gene da nucleoproteína, as sondas de DNA de fita simples também são cortadas, produzindo um sinal fluorescente. Eles também criaram ensaios SHERLOCK adicionais projetados para direcionar um painel de mutações virais nas sequências da proteína spike [localizada na superfície do vírus] que representam três variantes genéticas do SARS-CoV-2: Alfa, Beta e Gama", continua a nota.
Um dos desafios enfrentados pelos cientistas foi a forma como a amostra seria analisada, destaca o pesquisador clínico do Instituto Wyss Xiao Tan.
"Você tem que proteger a amostra enquanto está em trânsito para a instalação de teste e também se certificar de que não é infecciosa se você estiver lidando com uma doença transmissível. Para torná-lo um teste diagnóstico realmente fácil de usar, era importante simplificá-lo o máximo possível."
Foi quando entenderam que seria melhor utilizar a saliva do que os swabs nasofaríngeos para a coleta. Só que isso criou um novo desafio, pois a saliva não processada tem enzimas que degradavam várias moléculas, aumentando a taxa de falsos positivos.
A solução foi adicionar dois produtos químicos à saliva (DTT e EGTA) e aquecê-la a 95°C por três minutos. Com isto, conseguiram eliminar o falso positivo e cortar todas as partículas virais.
Eles ainda incorporaram uma membrana porosa que foi projetada para prender o material genético do vírus em sua superfície, que poderia finalmente ser adicionada diretamente à reação SHERLOCK para gerar um resultado.
Na prática, o equipamento faz esse papel sem que o usuário precise se preocupar. Ele cospe em um local que faz todo esse processo, inclusive o aquecimento, por meio de uma bateria.
"O usuário cospe na câmara de preparação de amostra, liga o aquecedor e espera de três a seis minutos para que a saliva penetre no filtro. O usuário remove o filtro e o transfere para a coluna da câmara de reação, então empurra um êmbolo que deposita o filtro na câmara e perfura um reservatório de água para ativar a reação SHERLOCK. Cinquenta e cinco minutos depois, o usuário olha pela janela colorida do transiluminador para a câmara de reação e confirma a presença de um sinal fluorescente", explicam os autores do estudo.
Os autores do trabalho buscaram fazer um dispositivo barato e que possa ser usado em locais sem a infraestrutura de grandes centros urbanos. Eles garantem que o miSHERLOCK está pronto para ser usado no mundo real.
Apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília)
Fonte: Agência Brasil Edição: Kleber Sampaio foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
A Mega-Sena poderá pagar R$ 55 milhões neste sábado 7/08, no concurso 2.397. O sorteio será realizado a partir das 20h (horário de Brasília), no Espaço Loterias Caixa, localizado no Terminal Rodoviário do Tietê, em São Paulo, com transmissão ao vivo pelas redes sociais das loterias Caixa (perfil @LoteriasCAIXAOficial no Facebook e canal CAIXA no Youtube).
As apostas podem ser feitas até as 19h do dia do sorteio nas lotéricas de todo o país, no portal Loterias Caixa (www.loteriasonline.caixa.gov.br) e no aplicativo Loterias Caixa, além do Internet Banking Caixa para clientes do banco. O valor de uma aposta simples na Mega é de R$ 4,50.
Caso apenas um apostador leve o prêmio da faixa principal e aplique todo o valor na poupança, receberá R$ 134,5 mil de rendimento no primeiro mês. Se preferir investir em automóveis, o valor seria suficiente para comprar 200 veículos do tipo SUV ao preço de R$ 275 mil cada. As informações são do site da Caixa.
Nova remessa será dividida entre todos os estados
Fonte: Agência Brasil Edição: Nádia Franco foto: REUTERS/Dado Ruvic/Direitos Reservados
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) entregou hoje (6) mais 1 milhão de doses da vacina AstraZeneca ao Ministério da Saúde. A entrega desta sexta-feira vai reforçar o Programa Nacional de Imunizações (PNI), sendo dividida por todas as unidades da federação.
Do total distribuído nesta sexta-feira, 87.250 doses serão liberadas diretamente para o estado do Rio de Janeiro, garantindo a continuidade do programa de vacinação local, que chegou a ser interrompido recentemente, por falta de vacinas.
Com esta remessa, a Fiocruz alcança a marca de 81,5 milhões de vacinas disponibilizadas ao PNI, sendo 77,5 milhões produzidas pela fundação e 4 milhões importadas prontas do Instituto Serum, da Índia.
Substância pode ser obtida a partir de animais ou em laboratório
Fonte: Agência Brasil Edição: Lílian Beraldo foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil
A descoberta da insulina – e de sua eficácia para o tratamento do diabetes – completa, em 2021, um século tendo o mérito de ter salvo milhões de vidas ao redor do mundo. Retratada como “hormônio da vida”, essa substância produzida pelo pâncreas pode ser obtida, visando tratamentos médicos em larga escala, tanto de animais quanto em laboratórios.
“A insulina é o hormônio da vida. É importante para a saúde das pessoas porque é ela que vai dar a entrada do combustível principal do organismo, que é a glicose, para as células. É como se fosse a gasolina do motor. Se não tem glicose, o corpo não tem combustível. E o injetor dessa glicose nas células é a insulina”, explica didaticamente à Agência Brasil o presidente da Federação Internacional de Diabetes para a Região da América Central e América do Sul, Fadlo Fraige Filho.
Segundo o médico endocrinologista, sem glicose, o corpo se deteriora e sintomas de diabetes, como emagrecimento acentuado e muita necessidade de urinar e de beber água, começam a surgir.
“Sem tratamento, as pessoas podem entrar em coma, e o coma diabético é mortal, com altos índices de mortalidade quando não tratado adequadamente”, acrescentou Fraige, que é também especialista da Sociedade Brasileira de Diabetes e presidente tanto da Associação Nacional de Atenção à Diabetes como da Federação Nacional de Entidades de Diabetes do Brasil.
O professor da Faculdade de Medicina do ABC acrescenta que o diabetes atinge cerca de 400 milhões de pessoas em todo o mundo. “É prevalente não apenas pelo número como também por suas comorbidades, uma vez que é a primeira causa de cegueira e de amputações de membros inferiores, bem como de doenças cardiovasculares.”
Ainda segundo ele, uma parte considerável das hospitalizações está relacionada ao diabetes. “A internação não é feita por diabetes, mas por complicações dela decorrentes, em casos classificados como AVC, infarto, trombose, amputações, infecções, pneumonia e toda sorte de complicações. O diabetes vem [oficialmente] na segunda linha de internações, mas é a base de tudo isso”, acrescentou.
Tendo por base estudos feitos em sete hospitais gerais nos Estados Unidos, bem como no Hospital da Beneficência Portuguesa em São Paulo, Fraige relata que o diabetes ocupa, com suas complicações, 44% de todos os leitos em hospitais gerais. “Felizmente, hoje em dia, quando tratada a tempo e com pessoal habilitado, é possível a reabilitação das pessoas, ainda que seja uma doença que não tem cura”.
Tratamento
O médico não esconde a dificuldade do tratamento do diabetes, mas diz que é a única saída para evitar as várias complicações da doença.
“O grande desafio é fazer com que as pessoas controlem glicemia, colesterol e pressão. Chamo atenção para o fato de que o diagnóstico de diabetes não é um diagnóstico encerrado como, às vezes, é, por exemplo, o de câncer. É um diagnostico que dá opções. Você pode ir para o caminho do controle para ter uma vida saudável e sem complicações. A coisa complica para quem não a controla ou negligencia [o tratamento]”.
Em muitos casos, o tratamento envolve controle por meio de dietas. Mas, em geral, são necessárias, no caso dos portadores de diabetes tipo 1, pelo menos quatro aplicações diárias de insulina, além da necessidade de várias picadas no dedo para fazer a medição glicêmica.
A falta de familiaridade com a insulinoterapia entre uma parte considerável de profissionais da saúde, entretanto, preocupa o médico endocrinologista. “Infelizmente, a insulinoterapia é desconhecida da maioria dos profissionais não especializados, o que pode acarretar em riscos de se ter uma hipoglicemia que, às vezes, pode ser fatal”, disse.
De acordo com o especialista, na maioria das vezes, o diabetes não é fatal, mas pode resultar em grandes complicações neurológicas quando a insulinoterapia não é feita da maneira adequada.
“É fundamental que ela [insulinoterapia] seja conhecida, estudada e aprimorada pelos profissionais da saúde. No caso da diabetes do tipo 1, não há outro tratamento. Já muitas pessoas que têm a do tipo 2 passam a ter de tomar insulina nas situações em que os antidiabéticos orais deixam de fazer efeito.”
Fraige defende que o diabetes deve ser tratado de maneira multidisciplinar. “Não só o médico, mas farmacêuticos e enfermeiros têm de entender do assunto. Nutricionistas, professores de educação física e todos os profissionais de saúde têm de ampliar os conhecimentos sobre diabetes para minimizá-lo e para melhor orientar as pessoas”, enfatiza.
Inovação
Graças a conhecimentos multidisciplinares, foi possível, inclusive, produzir insulina em laboratório, o que acabou por salvar também a vida de centenas de milhares de animais que não precisaram mais ser abatidos pela indústria farmacêutica. Para produzir 1 quilo de insulina (visando o tratamento de humanos), era necessário coletar o pâncreas de 50 mil animais.
Por meio da biotecnologia, o biólogo e pós-doutor em Engenharia Genética Spartaco Astolfi Filho coordenou estudos que resultaram na produção de insulina humana em laboratório, a partir de fermentação bacteriana. Essa tecnologia inovadora foi desenvolvida pela Universidade de Brasília (UnB) em parceria com a empresa Biobrás Bioquímica do Brasil.
“O grupo da UnB ficou responsável pela construção da bactéria recombinante superprodutora de insulina humana. Todo o processo de desenvolvimento tecnológico da insulina humana recombinante foi concluído com sucesso resultando na construção do setor industrial de produção de insulina humana em 1998 em Montes Claros. Em 2000, a patente foi concedida nos Estados Unidos”, disse à Agência Brasil o pesquisador.
Apesar de a técnica para a obtenção de insulina a partir de bactérias ser brasileira, a produção do insumo em território nacional acabou sendo interrompida após a aquisição da Biobrás por uma empresa multinacional, em 2001. Confira a seguir os principais eventos associados à descoberta da insulina (clique nas datas para abrir a descrição):
*Fonte (das informações na cronologia):
Spartaco Astolfi Filho: Biólogo (UnB), Mestre em Biologia Molecular (UnB), Doutor em Ciências (UFRJ) e Pós-Doutor em Engenharia Genética (UMIST – UK).