O COMEÇO – O Partido do Movimento Democrático Brasileiro-PMDB de Patrocínio tem exatamente 50 anos. Os primeiros movimentos para seu surgimento aconteceram em 1969, época de transição no governo brasileiro. Com a doença do presidente General Costa e Silva, assumiu o governo, em 31/8/1969, uma Junta Militar, que em 30/10/1969 passou-o ao General Emílio Garrastazu Médici, um presidente duro, mas honesto.
OS PARTIDOS DA ÉPOCA MILITAR – A Arena (situação) e o MDB (oposição) foram criados em 1965. Desse ano (1965) até 1969 não houve oposição em Patrocínio. Arena patrocinense foi formada pelas lideranças da UDN e PSD. A primeira tentativa de fundação do MDB rangeliano se deu apenas em 1969. O movimento foi coordenado por Nabor de Assis, folclórico e vereador Nonato Matias de Souza (Natinho), Nilson Naves e o jovem fotografo Antônio Dias Caldeira. Inúmeros obstáculos impediram a criação, naquele ano, do partido de oposição em Patrocínio.
CRIAÇÃO NOVA MODELAGEM POLÍTICA – Um pouco mais tarde, em 1979, a Lei Orgânica dos Partidos permitiu a organização de novos partidos. Surgiram o PDS, o PT, o PTB, o PDT e o PMDB (antigo MDB). Esse em 14/2/1982 recebeu o PP de Tancredo Neves (ex PSD) e Magalhães Pinto (ex UDN). A partir daí, o partido PMDB (oposição), cresceu até se tornar, nos dias atuais, em um dos maiores partidos do Município. E do Brasil também.
ARQUIVO HISTÓRICO – A documentação sobre a história do então maior movimento oposicionista de Patrocínio foi doada para a Casa da Cultura em 1985, segundo o então membro fundador Antônio Caldeira, hoje enfermo.
E MAIS... – Foram incorporados à memória da cidade, o Livro de Atas, o Livro de Convenção, o Registro de Filiados, Editais publicados em jornais, lista dos primeiros filiados do MDB, calculado em aproximadamente 300 filiados, e outros documentos da primeira oposição patrocinense no Governo Militar (1964-1985).
CENÁRIO POLÍTICO MUNICIPAL – Com a recente criação de novos partidos e a abertura política em 1985, ocorreu a primeira eleição de Patrocínio para prefeito, após os governos militares. Houve quatro concorrentes. Um já tinha sido prefeito indicado pelo Governador (época dos militares, em que não havia eleição para prefeito nas capitais e estâncias hidrominerais). E bom prefeito. Afrânio Amaral, por dois mandatos. Como reflexo de suas administrações anteriores, venceu a primeira eleição direta. Governou a cidade em 1986/1987/1988, pela terceira vez.
OPOSIÇÃO 1 – O Partido dos Trabalhadores, PT, disputou as eleições em Patrocínio pela primeira vez. Sua presença nas eleições de 15 de novembro de 1985 teve como objetivo principal a consolidação do partido. A vitória, todos sabiam, que era um produto que os seguidores de Lula e do Virgílio Guimarães não poderiam saborear. O conhecido professor Antônio Queiroz foi o candidato do PT para prefeito e o seu vice foi Pedro Henrique Bougleux.
OPOSIÇÃO 2 – O Partido Democrático Trabalhista, PDT, também pela primeira vez, participou das eleições patrocinenses. O prognóstico indicou que o PDT teria maior densidade eleitoral que o PT, mas nem assim, a sua vitória deixou de ser um sonho. O diretor-presidente das Lojas do Lar e do jornal O Alto Paranaíba, Luiz Alberto Ribeiro, foi candidato do partido do carismático Brizola. Para o PDT, não poderia haver melhor candidato do que o bom Luiz. O candidato a vice-prefeito foi Djalma Domingos Rosa.
MAIOR OPOSIÇÃO – A humildade e a sabedoria do PMDB de Tancredo Neves e Ulisses Guimarães conduziram o tradicional médico Ocacyr de Siqueira à vitória na Convenção do Partido, realizada no dia 31 de julho. Homem probo, trabalhador, idealista e solidário Ocacyr era o grande nome do PMDB patrocinense, naquela oportunidade. Com ele, o PMDB voltou a disputar a preferência do eleitor. Seja nas pesquisas, seja nas eleições. Seu vice foi o inteligente Aloisio Roberto Arantes (filho do conhecido Quinquim dentista, hoje empresário em Santa Catarina).
O VITORIOSO – Confirmando reportagem exclusiva da excelente revista Presença, em setembro de 1984, Afrânio Amaral foi o candidato do Partido da Frente Liberal–PFL. Esse partido substituiu o PDS, que substituiu, anteriormente, a Arena, no Regime Militar. O engenheiro Carlos Ibrahim Daura foi o vice-prefeito. Antes da vitória, Afrânio Amaral enfrentou resistência de facções do PFL. Porém, era o melhor nome do partido do íntegro vice-presidente da República Aureliano Chaves e ex-governador Francelino Pereira, para as eleições municipais de 1985. Prova disso, Afrânio liderou sempre as pesquisas e os votos na contagem da apuração da eleição.
Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 28/9/2019.