Dilema. É o que proporciona o segundo mais importante produto patrocinense, o leite. Ele está entre o céu e o inferno. Entre a flor e o espinho. Pois, embora Patrocínio seja o segundo maior produtor de leite de Minas, pouco retorno lhe traz. Nenhum valor agregado é identificado. Ou seja, não há laticínio, indústria láctea, no Município. Ver o último ranking dos 200 municípios brasileiros maiores produtores e reivindicar indústria do leite na Santa Terrinha já é uma teimosia deste minifúndio, que ultrapassa vinte e cinco anos. Hoje, nova dose de alerta.
MAIORES PRODUTORES DO ESTADO – Com 128.000.000 de litros em 2014, Patrocínio encontra–se em 2º lugar em Minas. O maior produtor de leite é Patos de Minas com 148.757.000 litros. Coromandel é a terceira maior bacia, com 119.814.000 litros. E Ibiá com 119.153.000 litros é o 4º lugar, quase empatado com Coromandel. Particularmente, Patrocínio produz 9 milhões de litros de leite a mais que os dois vizinhos por ano.
OUTROS DEZ PRODUTORES MINEIROS – Unaí com 112 milhões de litros é o 5º lugar, seguido por Pompéu, Prata, Monte Alegre, Passos, Curvelo, Uberlândia (com 85 milhões de litros), Tiros, Perdizes e Lagoa Formosa. Assim, Patrocínio produz quase 45 milhões de litros a mais do que a poderosa Uberlândia de grandes laticínios, como a Calu.
PEQUENOS DÃO SHOW EM PATROCÍNIO – Carmo do Paranaíba em 20º lugar em Minas produz menos da metade da produção leiteira patrocinense. Mas, os seus queijos de alta qualidade estão nas gôndolas do Brasil. A situação é a mesma com Araxá, que é o 26º lugar, Sacramento (do laticínio Scala, que pega o leite patrocinense em Salitre) em 27º lugar, Rio Paranaíba (40º lugar) e Serra do Salitre (51º lugar), que também tem os queijos de qualidade superior “bombando” diariamente nos supermercados e padarias brasileiras. Para não falar de Monte Carmelo (62º lugar) produzindo apenas 20% da quantidade rangeliana e Lagoa da Prata (63º lugar), praticamente empatada com os carmelitanos, mas que possui a grande indústria laticínia Camponesa–Embaré com 1.600 funcionários (mais do que a Vale promete para esburacar Patrocínio) e faturamento anual de R$ 1,4 bilhão. Cruzeiro da Fortaleza que faz sucesso com os queijos por todo o Brasil encontra–se ainda mais atrás. Lá, produção pequena, empreendedorismo gigante.
OS MAIORES DO BRASIL – O município de Castro, Paraná, é o líder nacional com 239 milhões de litros de leite por ano. Piracanjuba, Goiás, é o vice–líder. Patos de Minas, com 148 milhões, é o 3º. Seguem Jataí, Goiás (4º), Carambeí (Paraná) em 5º e nossa querida Patrocínio, em 6º lugar no Brasil. Excelente posição. Monte Carmelo é o 194º lugar. Em resumo, Paraná, Goiás e Minas dominam a produção de leite no País.
O OUTRO LADO DA MOEDA – Embora o Município seja um dos líderes na produção de leite no Brasil, não tem indústria láctea. A que teve (Sano), morreu. As que viriam, não vieram, por falta de boa política (Cemil e Tirolez). A Itambé sobrevoou a cidade e foi parar em Uberlândia. Agora, fala–se na Quatrilatti, que é somente de expressão mediana. Todavia, é válida a sua presença. Se vier... se vier... já é um bom começo.
A ESPERANÇA É A ÚLTIMA QUE MORRE – A segunda maior bacia leiteira de Minas e a sexta do Brasil merece o seu grande laticínio. O leite de Patrocínio não pode continuar indo para outras cidades a preço de banana caturra. A cidade precisa de empreendedores. E de empreendedorismo. De políticos e de gente que traem o progresso patrocinense, NÃO! Mil vezes não.
PALAVRA FINAL EM DOIS LANCES
1 – DEPUTADO – Em recente entrevista aos microfones da cidade, Deiró Marra, pré–candidato a prefeito, citou o nosso nome como colaborador de suas conquistas para a Saúde do Município, quando passamos pela Secretaria de Estado de Saúde. Agradecemo–lo pelo carinho e fineza.
2 – INTERNACIONAL – Essa Gazeta recebeu, em nosso nome, da empresa Public Affairs Latinoamerica pesquisa destinada aos formadores de opinião da América Latina. Este amador escriba foi considerado e escolhido como parte desse grupo pela empresa. Não sabemos o critério, mas de qualquer forma é honra para nós. Por isso, o interessante questionário foi respondido.
Primeira Coluna publicada na Gazeta, edição de 11/6/2016.