24 de Fevereiro de 2016 às 22:14

Dia Dos Raros e Uma Mãe Singular

Karolina prometeu ao filho que independentemente do tempo ela faria dele a criança mais feliz do mundo...É o que esta mãe- guerreira mais tem feito..

O Dia Mundial das Doenças Raras celebra-se anualmente a 28 de fevereiro. Por se tratar de um dia raro.

A data é comemorada em mais de 60 países do mundo e visa alertar a população para este tipo de doenças e para as dificuldades que os doentes que padecem de doenças raras enfrentam diariamente.

As doenças raras são doenças crónicas, graves e degenerativas que colocam em risco a vida dos doentes. Na União Europeia, consideram-se doenças raras as que têm uma prevalência inferior a cinco em 10.000 pessoas.
Existem entre 6.000 a 8.000 doenças raras, a maioria de origem genética. Estima-se que as doenças raras afetam perto de 40 milhões de pessoas na Europa, especialmente crianças.

Todas as semanas são descobertas novas doenças raras. A deteção de doenças raras é um processo demorado e minucioso, pois as manifestações e sintomas das doenças podem ser lentos e demorar anos.

Em Uberlândia a data será comemorada com discusaões sobre o tema de 2016 , "A voz dos Raros".
DIA: 26/02. LOCAL: CÂMARA MUNICIPAL DE UBERLÁNDIA. HORÁRIO: 14 Hs. Contando com palestras e apresentaçao cultural que marcarão o dia na Camara Municipal de Uberlândia. Contando com o apoio da Superintendência da pessoa com deficiência .

AMOR QUE CONTRARIA DIAGNÓSTICOS

A uberlandense Karolina Cordeiro, uma das palestrantes do evento, é  geógrafa, corredora, mãe/triatleta do Pedro. Pedroca como é carinhosamente chamado-  possui uma síndrome rara – Aicardi Goutieres, que o impossibilita de andar e falar. Quando Pedroca foi diagnosticado, foi dito que tinha uma média de vida em torno de dois anos. O amor porém, contraria diagnósticos, o dono deste sorriso, está, hoje  com 09 anos. Apesar da tristeza, ao invés de entreaga os pontos, Karolina prometeu ao filho que independentemente do tempo ela faria dele a criança mais feliz do mundo. È o que esta mãe-guerreira mais tem  feito. Pelas Redes Sociais, é contagiante acompanhar esta mãe super dedicada, que ainda divide o afeto e cuidado com mais duas filhas, promover alegria e dar qualidade de vida ao filho portador de síndrome rara. Jamais cruzando os braços, diante das inúmeras barreiras. Agindo sempre em parcerias, buscando inclusão e acessiblidade, criaram o "Projeto Muda do Afeto" que  nasceu com o intuito de produzir obras, apresentações, palestras, músicas, danças para despertar as questões de acessibilidade, inclusão escolar e social, superação, motivação, amor e afeto. E Pedro vai quebrando paradigmas. Foi o primeiro portador de doença grave a frequentar uma escola pública em Uberlândia. E o dia em que 'Pedroca' fez Maurício de Souza chorar. Foi na Fiaraxá em agosto 2015, ao saber que os  personagens da Turma de Mônica,  fascinavam  a imaginação do menino  Pedro, Maurício foi á lágrimas em público...
Com leveza, amor e arte, mãe e filho tem pressa de viver. Haja fôlego para acompanhá-los. Promovem eventos de  dança interativa; participam de seminários,  paletras, viagens ao exterior. Juntos, participam de corridas de rua, o todo contente 'Pedroca' em uma cadeira de rodas adaptada, vai superando limites e cruzando a linha de chegada. É coisa de Deus: Um menino raro, com uma mãe singular, protagonizando uma edificante história de amor e superação.

 

SAIBA MAIS SOBRE DOENÇA RARA

Designam-se por doenças raras aquelas que afetam um pequeno número de pessoas quando comparado com a população em geral e são levantadas questões especificas relativamente à sua raridade. Na Europa, uma doença é considerada rara quando afeta 1 em 2.000 pessoas. Uma doença pode ser rara numa região, mas comum noutra. É o caso da talassemia, uma anemia de origem genética, que é rara no Nordeste da Europa, mas é frequente na região Mediterrânea. A “doença Periódica” é rara em França embora seja comum na Arménia. Existem também doenças frequentes que têm variantes raras.

Quantas doenças raras são conhecidas?

Existem milhares de doenças raras. Atualmente são conhecidas seis a sete mil doenças e regularmente são descritas novas doenças na literatura médica. O número de doenças raras depende do grau de especificidade usado quando se classifica as diferentes entidades/patologia. Até ao momento, no campo da medicina, uma doença foi definida como uma alteração do estado de saúde, apresentando-se como um padrão único de sintomas com um único tratamento. Que o padrão seja considerado único, depende inteiramente do nível de definição da nossa avaliação. Quanto mais precisa a nossa avaliação, mais se notam certas nuances. Esta complexidade é refletida em várias classificações disponibilizadas pela Orphanet.

Quais são as origens e as características das doenças raras?

Enquanto a maioria das doenças genéticas são raras, nem todas as doenças raras são causadas por alterações genéticas. Existem por exemplo doenças infecciosas muito raras, bem como doenças auto-imunes e cancros raros. Até ao momento para muitas doenças raras, a causa permanece ainda desconhecida.

As doenças raras são doenças crónicas e progressivas graves, muitas vezes com risco de vida. Para muitas doenças raras, os sintomas podem ser observados ao nascimento ou durante a infância, como é o caso da atrofia muscular espinhal proximal, neurofibromatose, osteogénese imperfeita, condrodisplasias ou síndrome de Rett, por exemplo. No entanto, mais de 50% das doenças raras manifestam-se na idade adulta, como é o caso das doenças de Huntington, Crohn e Charcot-Marie-Tooth, da esclerose lateral amiotrófica, do sarcoma de Kaposi ou do cancro da tiróide.

Quais são as consequências médicas e sociais da raridade destas doenças?

O campo das doenças raras sofre de um défice de conhecimentos médicos e científicos. Postas de parte durante muitos anos por médicos, cientistas e políticos não estavam conscientes das doenças raras e até muito recentemente não existiam programas políticos e de investigação científica no campo das doenças raras. Embora não haja um tratamento específico para muitas delas, a existência de cuidados adequados pode melhorar a qualidade e a esperança de vida dos doentes afetados e prolongar a sua esperança de vida. Têm sido feitos progressos fantásticos em algumas doenças, o que indica que não é tempo de desistir, mas sim de intensificar o esforço na investigação e na solidariedade social.

Os doentes afetados por estas doenças enfrentam dificuldades semelhantes na sua procura por um diagnóstico, informação relevante e orientação adequada para profissionais qualificados. Questões específicas são igualmente levantadas no acesso a cuidados de saúde de qualidade, apoio geral social e médico, ligação efetiva entre os hospitais e centros de saúde, bem como na integração profissional e social e na independência.

As pessoas afetadas por doenças raras estão mais vulneráveis do ponto de vista psicológico, social, económico e cultural. Estas dificuldades poderiam ser superadas pela existência de legislação adequada. Devido à falta de conhecimentos científicos e médicos eficazes, muitos doentes não são diagnosticados. As suas doenças permanecem por identificar. Estas pessoas são as que têm mais dificuldades em receber apoio apropriado.

Qual o progresso previsto para o diagnóstico e tratamento de doenças raras?

Para todas as doenças raras, a ciência consegue fornecer algumas respostas. Centenas de doenças raras podem agora ser diagnosticadas através de um simples teste biológico. O conhecimento da história natural destas doenças é otimizado pela criação de registos para algumas delas. Os investigadores estão cada vez mais a trabalhar através de redes, de forma a partilharem os resultados da sua investigação e avançando mais eficientemente. São levantadas mais esperanças com perspetivas oferecidas pelas legislações Europeia e nacionais (em muitos países Europeus) no campo das doenças raras. (Com Karolina Cordeiro)