25 de Maio de 2018 às 09:41

Dia Nacional do Café: Uma breve história da cafeicultura m Patrocínio e no Cerrado

Até a década de 70 as terras na região não tinham valor e não eram exploradas

Era início da década de 70. As terras do cerrado no município de Patrocínio, consideradas “pobres” eram cultivadas na sua maioria para subsistência. Poucos fazendeiros de maior poder aquisitivo, e detentores de terras de cultura, arriscavam plantar áreas maiores. A maior parte das propriedades era de pecuária leiteira.

Em 1975 uma grande geada dizimou muitas lavouras de café no Paraná. Foi quando muito deles se migraram e aqui se estabeleceram, junto com produtores de São Paulo e outras regiões.

O Prefeito de Patrocínio na época era o engenheiro Olímpio Garcia Brandão.  O advogado e produtor Vicente de Paulo Arantes, junto com o Prefeito foram a Belo Horizonte e estiveram com o governador Rondon Pacheco e o Secretário de Agricultura Alisson Paulinelli.

No dia 7 de abril de 1979, aniversário de Patrocínio, desembarcava no aeroporto local, o secretário Alysson Paulinelli, que representava o governador para a abertura da festa da cidade. Neste momento ele apresentou uma carta concedendo um projeto para o plantio de café.

O advogado Vicente de Paula Arantes foi um dos precursores do plantio de café em grandes áreas. Em dezembro de 1970 ele adquiriu do grupo de japoneses “Fujiwara”, 71 mil mudas, quando começou o plantio de sua lavoura.

Um dos primeiros viveiros de mudas que surgiu no município foi na Escola Agrotécnica Sérgio de Freitas Pacheco. Depois vieram os viveiros de José Edmundo Aguiar,  dos migrantes  José Martin Gallego e José Carlos Grossi, dois pioneiros do plantio de café no Cerrado.

Em 1972 foram plantados em torno de 3 milhões de mudas, que dava para o espaçamento da época cerca de 1.200 hectares.

Os irmãos Jorge e João Elias, o ex-prefeito Mário Alves do Nascimento, Sr. Abrão da Casa de Calçados, Maurício Brandão, José Martim galego, plantaram suas lavouras com mudas do viveiro de Enéas Aguiar

Com o plantio bem sucedido e as primeiras colheitas de um produto já de boa qualidade, começaram a vir produtores de várias regiões e as terras do cerrado, até então desprezadas, começaram a ser valorizadas.

Vale ressaltar também que o programa o Programa de Desenvolvimento dos Cerrados (POLOCENTRO), com o objetivo de promover o desenvolvimento e a modernização das atividades agropecuárias no Centro-Oeste e no Oeste do Estado de Minas Gerais, mediante a ocupação racional de áreas selecionadas, com características de cerrado, fortaleceu muito o nosso agronegócio, especialmente a cultura do Café. Este programa foi implantado por Alysson Paulinelli, que foi ministro da Agricultura no governo Ernesto Geisel, de 15 de março de 1974 a 15 de março de 1979 e antes disso Secretário de Agricultura de Minas Gerais, no governo Rondon Pacheco.

Depois disso o produtor José Carlos Grossi e outros deram início da Associação dos Cafeicultores de Patrocínio. Mais tarde foi sucedido pelo paulistano Agnaldo José de Lima, que com outros companheiros incrementou a associação, deu início da  Expocaccer (antiga Coocaccer) e Fundação Café do Cerrado, criando uma marca que hoje é reconhecida internacionalmente, com qualidade, rastreabilidade e respeito ao meio ambiente e aos trabalhadores.

Vieram também  dias de campo e grandes eventos, como o Seminário do Café, realizado há 25 anos. Silas Brasileiro era prefeito durante o primeiro evento e hoje é presidente reeleito do CNC.

Hoje o agronegócio café responde por uma boa parte da receita do município de Patrocínio (MG) e da região.

No ano de 2016, o Cerrado Mineiro teve produção de mais de 7 milhões de sacas, já em 2017 houve uma substancial quebra. Patrocínio, município localizado no Alto Paranaíba, tem a maior área de café plantada do mundo: cerca de 40 mil hectares.

Da redação do POL com fontes de pesquisa: Governo de Minas; Acarpa; TV Hoje; Produtores e Câmara Deputados. Foto: reproduçao Globo Rural


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