Terminou de forma trágica o caso do desaparecimento de Edson José Pereira, de 54 anos, de Lagamar, no Noroeste de Minas Gerais. O homem foi encontrado morto às margens da MGC-354, próximo ao Posto Lagomar. Os autores confessos do crime se apresentaram na manhã deste sábado (20) na sede da 86ª Companhia de Polícia Militar de Patos de Minas e confessaram o homicídio.
Edson José saiu de casa na quarta-feira (17) por volta de 17h no próprio veículo, uma caminhonete GM/S-10 com placas KDS-1601 de Lagamar. Os familiares da vítima acionaram a Polícia Militar na tarde desta sexta-feira (19) e registraram o desaparecimento. A Polícia Civil de Presidente Olegário passou a fazer diligencias para tentar localizar o homem, porém sem êxito.
Na manhã deste sábado, a Polícia Rodoviária Federal encontrou o veículo da vítima abandonado às margens do quilometro 421 da BR-365, em uma estrada vicinal. A caminhonete estava trancada e não apresentava sinais de arrombamento ou violência. Os agentes da PRF acionaram a Polícia Militar, já que o veículo estava fora do perímetro do DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte.
Minutos depois, o advogado Cesar Moura foi até a 86ª Companhia de Polícia Militar de Patos de Minas na companhia de Rafael Silva Oliveira, de 20 anos, e uma adolescente de 17 anos. Os dois confessaram aos militares que mataram Edson José e jogaram o corpo às margens da MGC-354, próximo ao posto Lagomar.
Uma viatura da Polícia Militar de Presidente Olegário, comandada pelo sargento Leite, foi a Patos de Minas para buscar os suspeitos do crime e os levar até o corpo da vítima. O delegado de Polícia Civil, Vinícius Volf Vaz, e o perito Paulo Piau também foram acionados para acompanhar os suspeitos até o cadáver.
Edson José foi morto com quatro golpes de faca, sendo três no tórax e outro no pescoço. Durante entrevista à nossa equipe, o advogado disse que Rafael relatou que o crime foi motivado por causa de um desacordo comercial. Segundo o advogado, a vítima fazia programas com a adolescente de 17 anos há cerca de três semanas. A jovem seria namorada de Rafael (foto abaixo) e o rapaz passou a acompanhar a vítima nestes encontros.
Na noite de quarta-feira, a vítima se negou a pagar pelo encontro sexual. Rafael desentendeu com Edson e o golpeou com quatro golpes de faca. O crime aconteceu às margens da MGC-354, próximo ao posto Lagomar. O casal arrastou o corpo da vítima para o meio do mato e subtraiu a caminhonete e pertences da vítima.
Um motorista que passava pela rodovia naquela noite viu o casal arrastando o corpo. Ele parou no posto de combustíveis e informou o acontecido aos funcionários, que acionaram a Polícia Militar. Os policiais estiveram no local e realizaram buscas, porém nada foi encontrado.
O delegado de Polícia Civil informou que durante o depoimento, Rafael disse ter ido com a caminhonete da vítima, acompanhado da namorada, até a cidade de Lagoa Grande, onde tentaram sacar dinheiro com os cartões bancários da vítima. Sem êxito, os jovens fizeram viagens para Unaí, João Pinheiro, Montes Claros, Luislândia do Oeste e estavam a caminho de Uberlândia quando a caminhonete apresentou defeito na BR-365. O casal abandonou o veículo ás margens da rodovia e resolveram se entregar a polícia.
O corpo de Edson José foi encontrado no local indicado pelos suspeitos. O cadáver estava em avançado estado de decomposição. Após os trabalhos periciais, o corpo foi encaminhado para o IML – Instituto Médico Legal de Patos de Minas.
Vinicius Volf Vaz ouviu os envolvidos do crime, que depois foram liberados. O delegado explicou que a legislação prevê que os autores que cometem crime e se entregam de forma espontânea não podem ser presos em flagrante. Além disso, o crime aconteceu há três dias e havia mais flagrante.
O delegado disse ainda que vai pedir imediatamente ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais e ao Judiciário um mandado de prisão preventiva para Rafael Silva e outro mandado de internação para a adolescente. Segundo ele, a polícia investiga se o crime foi um homicídio devido ao desacordo comercial, versão esta apresentada pelos autores, ou se é um latrocínio, já que o casal usou cartões bancários e levaram o veículo da vítima. A Polícia Civil tem trinta dias para fechar o inquérito e apresenta-lo ao promotor de justiça.