29 de Abril de 2015 às 09:26

Lei municipal de autoria de Dr.Marco Antônio controla população de cães e gatos nas ruas, mas evita o sacrifício dos animais

De 2012 a março deste ano, 1.810 cães e felinos foram esterilizados, sendo, desse total, 67% fêmeas e 33% machos

Animais domésticos, principalmente cães e gatos, vagando pelas ruas são motivo de preocupação em praticamente todas as cidades do País. A diferença é o que se faz em cada uma delas para minimizar o problema, uma vez que sua erradicação é sabidamente impossível. Tormento que, além dos diversos inconvenientes e transtornos causados à população, tem como agravante o fato de ser questão de saúde pública.

Esse, o principal motivo pelo qual, desde 2011, quando Secretário de Saúde no primeiro mandato do Prefeito Dr. Lucas Campos de Siqueira, o Vereador Dr. Marco Antônio de Castro Alves abraçou a causa do controle de cães e gatos nas vias públicas de Patrocínio. Desde então, esmera-se na difícil tarefa de buscar soluções para, com os apoios da Administração e da Câmara Municipal, da Associação Defensora dos Animais-ADA Patrocínio e da Associação SOS Animal, colocá-las em prática visando à redução de animais soltos na cidade.

Antes de 2011 somente se capturavam e recolhiam cães e gatos ao Canil Municipal, onde permaneciam por 48 horas, prazo dado para que seus donos os buscassem, e após as quais os pobres bichinhos eram sacrificados. Mas a prática vem sendo gradativamente "humanizada" pelo trabalho e apoio do vereador Dr. Marco Antônio. Tanto no que se refere ao aperfeiçoamento da Lei nº 4.434/10 e às Indicações ao Prefeito como no concernente à viabilização de materiais cirúrgicos, medicamentos, equipamentos e instrumentais. Segundo Carla dos Santos Taveira, uma das veterinárias responsáveis pelo trabalho no Canil Municipal, a partir de 2011 sacrificam-se apenas animais gravemente doentes e sem qualquer possibilidade de recuperação, sendo, os demais, devidamente tratados e disponibilizados para doações.

Visualizadas como soluções em longo prazo para se evitar a reprodução principalmente de cães na cidade, em 2012 iniciou-se o trabalho de castração somente para os de rua, que, capturados e após o mesmo prazo de 48 horas para devolução aos seus donos, eram – e continuam sendo – esterilizados, tratados e devolvidos no mesmo espaço que ocupavam nas ruas. Ampliaram-se, no ano seguinte, as esterilizações para beneficiários do Bolsa Família, adotando-se o critério baixa-renda.

Em 2014, com a implementação da Lei nº 4.710, o número de castrações de cães foi ampliado. Já as esterilizações de felinos passaram a ser feitas indiscriminadamente, ou seja, também para donos de gatos que não se enquadravam no critério baixa renda. Houve, ainda, naquele ano, o aprimoramento da técnica de castração também quanto ao tempo do procedimento, com consequente aumento do número de animais esterilizados. Se antes se consumia uma hora na cirurgia, esse tempo caiu para 15 minutos. Outra vantagem: a cirurgia deixou de ser invasiva, visto que o tamanho da incisão foi significativamente reduzido, assim como os pontos externos, que de 5 ou 6 passaram a ser apenas um. E o que é melhor, sem a necessidade de grandes cuidados no pós-operatório além de simples analgésicos. Eliminaram-se, ainda, os curativos e colares de proteção.

O trabalho tem surtido bons resultados. Tanto que os veterinários Carla dos Santos Taveira e Igor César Alves já receberam profissionais das Secretarias de Saúde de Araguari, Perdizes e Ibiá para copiar-lhe o modelo. Não bastasse, uma veterinária da Secretaria de Saúde de Patos de Minas esteve ano passado no Canil Municipal para aprender com Igor a técnica de castração aqui adotada.

De 2012 a março deste ano, 1.810 cães e felinos foram esterilizados, sendo, desse total, 67% fêmeas e 33% machos. De 2012 a 2013 os números de castrações cresceram 45%, tendo sido ampliados para 73% na relação 2013/2014. Com isso, segundo a veterinária Carla, evitou-se, no mínimo, 8.610 nascimentos de cachorros e gatos, considerando-se, para esse número, somente uma procriação para cada fêmea castrada.

A título de curiosidade, Carla informa que há estatística que dá conta de que, ao longo de seus presumíveis 12 anos de vida, uma cadela e sua respectiva descendência, cada geração produzindo 7 filhotes, é responsável por uma população de 64 mil cães. "O número é mesmo assustador, mas, se duvida, faça as contas", afirma profissional.