13 de Abril de 2018 às 09:18

PF deflagra operação para apurar aplicações fraudulentas de Institutos de Previdência Municipais e ex-prefeito de Uberlândia é um dos presos

Os investigados responderão, na medida de suas participações, por crimes contra o Sistema Financeiro Nacional

Segundo nota divulgada em sua página, a  Polícia Federal, com o apoio da Secretaria de Previdência - SPREV, deflagrou nesta manhã (12/4) a Operação Encilhamento, segunda fase da Operação Papel Fantasma. O objetivo é apurar fraudes envolvendo a aplicação de recursos de Institutos de Previdência Municipais em fundos de investimento que contém, entre seus ativos, debêntures sem lastro, emitidas por empresas de fachada. Estima-se que as debêntures emitidas por empresas de fachada ultrapassam o valor de R$ 1,3 bilhão.

Policiais federais e auditores-fiscais da Receita Federal cumprem 60 mandados de busca e apreensão e 20 mandados de prisão temporária expedidos pela 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, nos estados de SP, RJ, MG, PR, MT, SC e GO.

Com o avanço das investigações, foram identificados 28 Institutos de Previdência Municipais. Estes investiram em fundos que, direta ou indiretamente, adquiriram papéis sem lastro. Foram identificados o envolvimento de uma empresa de consultoria contratada pelos Institutos de Previdência e elementos que apontam para corrupção de servidores ligados a alguns Institutos de Previdência.

Estão sendo investigados, até o momento, 13 fundos de investimento. No 2º semestre de 2016 foi constatada a existência de R$ 827 milhões em apenas oito destes fundos, dinheiro que, em última análise, destina-se ao pagamento das aposentadorias dos servidores municipais.

Os investigados responderão, na medida de suas participações, por crimes contra o Sistema Financeiro Nacional (artigos 4º, 5º, 6º e 7º, III, da Lei nº 7.492/86), fraude à licitação (artigo 90, da Lei nº 8.666/93), corrupção ativa e passiva (artigos 317 e 333, do Código Penal) e lavagem de dinheiro (artigo 1º, da Lei nº 9.613/98), com penas de 2 a 12 anos de prisão.

Prisão de ex-prefeito de Uberlândia e assessoes

Segundo o site V9 ex-prefeito de Uberlândia, Gilmar Machado, foi preso  O ex-superintendente do Instituto de Previdência da Prefeitura Municipal de Uberlândia (Ipremu), Marcos Botelho, também foi conduzido durante a ação.

Além de Gilmar Machado e Marcos Botelho, também foram presos Cláudio Roberto Barbosa e Mônica Silva de Andrade, ex-membros da diretoria executiva do Ipremu.

A Câmara Municipal de Uberlândia já havia instaurado uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no ano passado, para investigar as irregularidades cometidas dentro do Ipremu durante a gestão de Gilmar Machado.

O ex-prefeito, bem como Marcos Botelho e Mônica Silva, prestaram depoimento junto à Câmara Municipal e negaram ter cometido as irregularidades.

O relator da CPI, vereador Juliano Modesto (SD), concluiu o relatório final no início de agosto de 2017. O documento foi lido na Câmara Municipal e apontou irregularidades cometidas com os fundos de investimentos que são investigados pela Polícia Federal.

Foto: divulgação facebook


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