A expectativa maravilhosa da chegada de um bebê na família provoca mudanças e os cuidados necessários durante a gravidez, transformam muito a vida da mamãe e de seus familiares, mas cuidar da saúde do filho durante a gravidez não se restringe ao acompanhamento médico mês a mês. Para garantir o desenvolvimento adequado do bebê, as mães também devem incluir no calendário de cuidados o pré-natal odontológico.

Odontologia intrauterina é um programa preventivo mais amplo e precoce feito com o bebê ainda no útero materno, quando a mãe recebe informações e orientações adequadas,que possibitam a prevenção de condições desfavoráveis que possam causar alterações relacionadas à saúde bucal da criança, inclusive dentes mal formados e esmalte hipomineralizado.

O desenvolvimento da cavidade oral do bebê inicia-se nas primeiras semanas após a concepção; a formação e mineralização dos dentes de leite a partir da 6ª semana e os permanentes a partir do 5º mês de vida intrauterina. Assim hábitos saudáveis da gestante são fundamentais para nutrir o bebê e assegurar o desenvolvimento de boa estrutura dental, com dieta balanceada, rica em fósforo, cálcio e vitaminas A, C e D.

Além da alimentação saudável, neste período o cuidado deve ser redobrado, já que nas gestantes, as alterações hormonais, que elevam os níveis de progesterona e estrógeno, os enjôos e vômitos freqüentes, e a mudança de hábitos alimentares aumentam a acidez bucal e favorecem o desenvolvimento das bactérias na boca. Assim, os dentes e toda a mucosa ficam mais vulneráveis às cáries e às infecções na gengiva e estruturas que sustentam os dentes.

 A gravidez não causa a doença da gengiva, mas deixa a mulher mais suscetível a ela ou pode agravar um quadro preexistente, exatamente por conta destas mudanças do próprio organismo. Os sintomas clássicos da gengivite gravídica são gengiva vermelha, sangramento e, às vezes, inchaço e se o problema não for diagnosticado, a inflamação pode evoluir para uma periodontite e causar danos mais graves e permanentes aos dentes; mas 99% dos casos de gengivite podem ser evitados se as mulheres fizerem o pré-natal odontológico.

A saúde da gestante depende de uma boa saúde bucal, pois a ação dos micro-organismos presentes nas infecções bucais liberam toxinas e mediadores químicos na corrente sanguínea que podem alcançar a placenta e o líquido amniótico causando parto prematuro e crianças com baixo peso conforme apontam pesquisas científicas em vários países.

É bom lembrar que a saúde bucal do bebê vai depender da saúde bucal dos pais e de todo o conjunto familiar e cuidadores, pois as doenças bucais são transmissíveis. Por esse motivo, é imprescindível que todos saibam as formas de contágio e como evitá-lo.

O pré-natal odontológico colabora para o bem estar de todo o núcleo familiar, pois a futura mamãe terá maior preparo, segurança e tranqüilidade para receber seu bebê; e construir a saúde bucal antes do nascimento pode fazer toda a diferença.

Colaboração Drª Maria Goretti Marchesoti - CRO MG 16293