24 de Março de 2020 às 13:27

Segundo jornal foi registrado em Minas BO de diversas mortes por problemas respiratórios, o que levantou suspeitas

De acordo com boletim de ocorrência, funerária recebeu, no fim de semana, 23 corpos cuja causa de morte foram problemas respiratórios. BO é verdadeiro, mas há suspeita sobre seu conteúdo

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Segundo o Jornal Correio Braziliense autoridades policiais abriram investigação sobre um boletim de ocorrência (BO) registrado pela Polícia Civil de Minas Gerais indicando que uma funerária de Belo Horizonte recebeu 73 cadáveres entre a sexta-feira (20) e a noite de domingo (22).

Segundo o BO, foi informado que os laudos cadavéricos mostram que pelo menos 23 desses corpos tiveram como causa da morte problemas respiratórios graves — como “insuficiência respiratória aguda”, “pneumonia crônica” e “pneumonia aspirativa” — e que o laudo de um deles indicava morte por Covid-19. 

A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) confirmou a existência do boletim de ocorrência à reportagem. Mais tarde, no entanto, ressaltou que há suspeitas sobre a veracidade do que foi escrito no documento, o que levou o Correio a editar esta matéria às 19h, após publicar uma primeira versão dela.

Em vídeo publicado nas redes sociais, o secretário de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, afirmou que não há, pelo menos até este momento, nenhum comunicado oficial de morte por coronavírus no estado. Ele ressaltou que uma série de doenças pode levar à insuficiência respiratória. Ou seja, não se pode ligar as mortes ao novo coronavírus. Por isso, ressaltou ele, é importante ter cuidado com as informações transmitidas à sociedade.

O que é dito no boletim

No boletim, cujo conteúdo é questionado pelas autoridades mineiras, há o relato de que policiais militares receberam uma denúncia anônima sobre a chegada de 41 corpos em 48 horas a uma funerária do Bairro Nova Gameleira, Região Oeste de Belo Horizonte, em um curto intervalo de tempo.

De acordo com a denúncia, os mortos teriam diagnóstico de problemas respiratórios, o que chama a atenção para a pandemia da Covid-19.

O denunciante se mostrava ainda preocupado com o fato de haver estudantes de tanatologia no local, podendo ser expostos a risco de contágio. 
Ainda de acordo com o BO, ao qual a reportagem teve acesso, após receber a denúncia, policiais foram ao local e confirmaram a informação com o gerente do estabelecimento, Sérgio José da Silva, 56 anos, que mencionou 73 corpos em 72 horas, sendo 23 mortes por problemas respiratórios. Ao Correio, Silva confirmou que o local nunca recebeu tal quantidade de corpos em tão pouco tempo. Ele ressaltou ser um fato atípico em 30 anos de carreira. "Sim, recebemos muitos corpos desde sexta-feira. Dobrou (a quantidade) por conta das mortes por insuficiência respiratória", declarou o gerente.

Procedimentos

Segundo a versão que consta no BO, o gerente disse aos policiais que dos 23 corpos, um tinha como causa da morte a Covid-19, e que, por isso, foi enterrado sem velório. Os demais, passaram por procedimentos comuns e, antes do enterro, foram levados para despedida dos familiares. A reportagem recebeu informações, por fontes no governo mineiro, de que o registro da ocorrência foi cancelado.

 

 

 


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