Na última semana, o deputado federal e presidente executivo do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, reuniu-se com a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, para debater questões pontuais e de médio e longo prazos à cafeicultura nacional. Entre os assuntos tratados, estava a prorrogação da Portaria nº 188 do Mapa, que decreta estado de emergência fitossanitária, relacionada à broca (Hypothenemus hampei), para Minas Gerais. A ministra dedicou especial atenção ao assunto e assinou nova portaria, a de nº 80, publicada no Diário Oficial da União no dia 19, que prorroga por um ano o prazo da vigência.
Essa medida é fundamental para que os produtores do principal estado cafeeiro do Brasil possam ter condições de controlar a praga, haja vista que, desde a proibição da comercialização do Endosulfan, até então único produto com eficácia no combate à broca, os cafeicultores brasileiros não possuíam substitutivos.
“Agradecemos o posicionamento da ministra Kátia Abreu nessa demanda, assim como o trabalho do secretário de Defesa Agropecuária, Decio Coutinho, e do diretor do Departamento de Sanidade Vegetal, Luis Rangel, que foram essenciais para a adoção dessa importante medida”, diz Silas.
PREÇO MÍNIMO DO CAFÉ — Também foi apresentado à ministra a necessidade de reajuste dos preços mínimos dos cafés arábica e robusta. Em abril de 2014, CNC e a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) realizaram trabalhos com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o próprio Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e chegou-se a um custo médio de produção de R$ 343 por saca para o arábica, evidenciando que o preço mínimo de R$ 307 estava defasado. Para 2015, com a valorização do dólar, além da escassez de água para lavouras irrigadas, apresentamos que os custos aumentaram ainda mais, sendo emergencial que o preço mínimo da variedade seja elevado a valores condizentes com os gastos na produção.
Para o café conilon, diferente do ocorrido com o arábica e após congelamento desde 2009, o preço mínimo da variedade foi reajustado para R$ 180,80 por saca no ano passado, ficando ainda abaixo do custo de produção. Além disso, a escassez de recursos hídricos, a valorização do dólar, que encarece os insumos, e os maiores custos com encargos trabalhistas e sociais têm pesado sobre a cultura e tornado a atividade mais cara, sendo necessária, portanto, nova atualização.