Imagens mostram o antes e depois do terremoto no vilarejo de Pescara del Tronto?
O saldo de mortos do terremoto que atingiu a Itália na madrugada de terça-feira subiu para pelo menos 247, enquanto equipes de resgate lutam para encontrar sobreviventes.
As buscas continuaram por toda a noite, quando foi registrado um novo terremoto secundário, danificando ainda mais os prédios já avariados.
Dezenas de pessoas ainda estariam presas em meio aos escombros nas cidades de Amatrice, Accumoli e Pescara del Tronto na região central do país.
Mais de 4,3 mil pessoas trabalham na operação de resgate usando escavadeiras e as próprias mãos.
Após o terremoto principal, houve tremores secundários, incluindo um de 4.7 de magnitude cujo epicentro foi a 7 km a leste de Norcia, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos.
O prefeito de Amatrice, Sergio Pirozzi, disse que três quartos da cidade foram destruídos e nenhuma casa era considerada segura para morar.
Muitos dos afetados estavam de férias na região. Alguns haviam ido a Amatrice para um festival que celebra uma especialidade local - o bacon amatriciano e o molho de tomate.
A Itália é um dos países mais suscetíveis à ocorrência de fortes terremotos, especialmente para quem vive ao longo da cordilheira dos Apeninos.
Segundo dados disponibilizados pela agência governamental americana que monitora desastres naturais, desde 2000 a Itália registrou 12 terremotos de grande intensidade.
A atividade sísmica na região mediterrânea é resultado do grande atrito entre as placas tectônicas da África e da Eurásia. Mas há mais detalhes a serem levados em conta no terremoto da madrugada desta terça-feira.
O Mar Tirreno, no oeste da Itália, entre o continente e as ilhas da Sardenha/Córsega, está se abrindo aos poucos, cerca de 2 cm por ano.
Cientistas dizem que isso vem contribuindo para o "racha" ao longo dos Apeninos. Segundo alguns especialistas, essa pressão é agravada pelo movimento da crosta terrestre no leste, no Mar Adriático, que estaria se movendo para debaixo da Itália.
O resultado é um grande sistema de falhas que percorre toda a extensão da cadeia montanhosa, com uma série de falhas menores aos lados.
Agora, imagens de satélites que serão tiradas da região dos Apeninos nos próximos dias ajudarão a mapear a área do terremoto. Essas fotos serão comparadas a imagens espaciais anteriores ao tremor de terça, para que se possa avaliar qual foi o movimento das rochas.
Isso ajudará os cientistas a entender precisamente onde e como foi o atrito das placas tectônicas, informação que pode ajudar os especialistas a entender se todo o estresse do choque foi liberado ou se foi acumulado em placas próximas.
Apesar de ser mais suscetível a terremotos, a Itália não sofria um tremor de grande intensidade havia quatro anos.
Em maio de 2012, dois abalos ? de 5.8 e 6.1 de magnitude ? atingiram o norte do país.
Mas o pior tremor a atingir a Itália recentemente aconteceu em Áquila, em 2009.
Foto aérea de Amatrice mostra escala do estrago
Naquele ano, um terremoto de 6.3 de magnitude arrasou a cidade, deixando mais de 300 mortos e outros 1,5 mil feridos. Outras 65 mil pessoas ficaram desabrigadas.
O de maior intensidade de que se tem registro no país ocorreu no início do século passado, em 1905, segundo o monitoramento americano. Foi quando 557 pessoas morreram após um tremor de 7.9 de magnitude atingir as comunas de Monteleone, Tropea e Nonte Poro.
Mas houve tremores ainda muito mais fatais. Um deles foi registrado em Nápoles, em 1980, com um saldo de 4.689 mortes.
Fonte BBC Brasil
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