A região é agrícola e as pessoas tem muito contato com o meio rural. O fato de termos vários lagos de hidrelétricas na região também há um grande números de pescadores amadores e pessoas que frequentam suas margens. Isso aumenta a possibilidade de contato e número de casos de acidentes com animais peçonhentos, principalmente picadas de cobras.
Infelizmente, o município de Patrocínio e demais cidades da região ligadas a Uberlândia não possuem mais armazenamento de soro antiofídico, e quando necessário o mesmo daquela cidade referência da região na área de saúde, conforme orientação do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado de Saúde.
De acordo com comunicado enviado pelo Diretoria de Vigilância Ambiental da Secretaria de Estado de Saúde a todas as Superintendências Regionais, a produção e distribuição de soros antipeçonhentos foi reduzida em decorrência de vários fatores. A desculpa é " como a adequação aos padrões de Boas Práticas de Fabricação exigidas pela Anvisa e problemas no abastecimento de matérias primas, o que ocasionou uma diminuição considerável no repasse aos estados e consequentemente aos municípios".
Os burocratas do governo "recomendaram a concentração das ampolas desses soros em número reduzido de municípios, a fim de agilizar o envio as unidades solicitantes e um controle de estoque mais eficiente".
Sendo o município de Uberlândia a sede do Regional, logo passou a abrigar também o armazenamento dos soros para os demais.
A distância entre Patrocínio e Uberlândia de quase duas horas de carro e a partir do momento que uma pessoa é picada por uma cobra, quanto mais cedo o soro for aplicado, os efeitos são minimizados e pode se evitar sequelas maiores e até mesmo a morte do paciente.
Infelizmente, o tempo na administração do soro aumenta essas possibilidades de sequelas e morte.
O Secretário Municipal de Saúde, Humberto Donizete Ferreira (Bebé VÍDEO ABAIXO) afirmou que está tentando junto com outros secretários de saúde junto a regional que Patrocínio tenha um estoque mínimo para atender os casos de urgência.
Picadas de animais peçonhentos
Alguns animais, quando picam, inoculam a sua peçonha, produzindo sintomas que variam com a espécie, quantidade de veneno injetado, condições de nutrição, idade, peso e altura da vítima. São eles:
As cobras são comuns em locais onde existem muitos ratos e preás.
Nem todas as cobras são venenosas. Observar detalhes nos olhos (pupila vertical como a dos gatos), narinas (presença de dois furos laterais, as fossetas lacrimais), cabeça (formato triangular), cauda (afunila rapidamente), hábitos (noturno), padrão da cor (na coral verdadeira, os anéis coloridos dão a volta completa) e outros.
No Brasil, a maioria dos acidentes ofídicos é devido a serpentes dos gêneros:
Botrópico (jararaca, urutu e jararacuçu);
Em caso de picada de cobra:
-não perca tempo em procurar ajuda, pois o tratamento deve ser feito em até 30 minutos após a picada;
-deitar e acalmar a vítima; o acidentado não deve locomover-se com os próprios meios;
-lavar o local da picada apenas com água ou com água e sabão;
-aplicar compressa de gelo no local;
-transportar (em maca) a vítima ao Médico mais próximo, para tratamento (aplicação do soro);
-levar junto a cobra (viva ou morta) para identificação.
Um procedimento que não é recomendado pelo Instituto Butantan mas que era feito até há algum tempo atrás, na impossibilidade do transporte imediato do acidentado para um Posto Médico, logo após a picada, puncionar em volta da picada com uma agulha esterilizada (uns 15 a 20 furos) e chupar o sangue que saisse, cuspindo-o em seguida (nunca porém deve-se fazer isso se tiver cárie ou ferida na boca).
Não fazer em hipótese alguma
-Torniquete ou garrote;
-Cortar ou perfurar o local (ou próximo da) picada;
-Colocar folhas, pó de café ou qualquer substância que possa contaminar a ferida;
-Oferecer bebidas alcoólicas, querosene ou qualquer outro líquido tóxico;
-Fazer uso de qualquer prática caseira que possa retardar o atendimento médico.
Os soros comumente aplicados após a picada de cobra são os seguintes:
-cobra desconhecida = soro anti-ofídico (polivalente);
-jararaca = soro anti-botrópico ou soro anti-ofídico (polivalente);
-cascavel = soro anti-crotálico ou soro anti-ofídico (polivalente);
-surucucu = soro anti-laquético ou soro anti-ofídico (polivalente); e
-coral verdadeira = soro anti-elapídico ou soro anti-ofídico (polivalente).
Nos acidentes com cascavel (a cobra com chocalho na ponta da cauda), a picada é dolorosa no momento, mas desaparece depois de algum tempo.
Passados 30 a 60 minutos, o acidentado(a) fica com "cara-de-bobo", devido à queda de pálpebras e paralisia dos músculos dos olhos; o indivíduo vê dupla imagem turva. Para poder ver, tenta abrir as pálpebras e, como não consegue, franze a testa para tentar levantá-las com os músculos frontais.
A urina fica vermelho-castanho-escuro e diminui muito em volume, ou pára, nos casos mais graves.
O envenenamento por cascavéis é dos mais sérios e de maior índice de mortalidade, podendo matar em poucas horas, ou após 6-12 dias, devido à lesão renal.
Nas picadas de cascavel, mesmo no caso da dor desaparecer, a vítima deve ser levada a um Médico, pois ocorrerá necrose ao redor, que pode estender-se por todo o membro atingido, com a consequente amputação.
Nas picadas de jararaca, além da cara-de-bobo e urina escura (vermelha e turva), podem aparecer bolhas no local e sangramento das gengivas; o sangue não coagula e fica uma cicatriz, devido à necrose no local da picada.
Picada de escorpião
Escorpiões são encontrados geralmente nas pilhas de madeira, cercas, tijolos, telhas e cupinzeiros. Sapatos e botas são ótimos esconderijos.
No Brasil existem cerca de dez gêneros e acima de 50 espécies de escorpiões, destacando-se a espécie venenosa Tytyus serrulatus , de Minas Gerais. Para essa espécie existe um soro anti-escorpionídico.
As espécies de cor amarela, comuns em Minas Gerais, são mais venenosas do que as de cor marrom.
Acidentes com escorpiões são menos frequentes do que os com cobras, pois eles são pouco agressivos e têm hábitos noturnos.
O seu veneno é potente, ataca o sistema nervoso (neuro-tóxico) e pode matar nas primeiras 24 horas, principalmente se a vítima for uma criança.
Sintomas: dores fortes, baixa rápida da temperatura do corpo, suor intenso, aumento da pressão, enjôo e vômitos. Como agir, no caso de picadas:
1 - manter a vítima em repouso e calma;
2 - lavar o local da picada com água e sabão;
3 - não fazer torniquete no membro acidentado;
4 - aplicar compressas frias nas primeiras horas;
5 - aplicar respiração artificial, se a vítima não estiver respirando bem; e
6 - encaminhar a vítima ao Posto Médico ou Hospital.
Os tipos de aranha que apresentam maiores perigos são:
A foto ao lado mostra o local da picada de uma aranha marrom (Loxosceles), quatro (4) dias depois do acidente. Este é um caso considerado severo.
A mais perigosa, a viúva-negra, é do gênero Latrodectus , famíliaTeridiidae e que ocorre no Brasil, do Sul até o litoral do Rio de Janeiro.
No Brasil, são também perigosas: a Ctenus nigriventer ,a Lycosa raptoria ,a Lycosa eritrognata (esta presente nos gramados da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) e a Loxoscelis laeta .
Seguir as mesmas recomendações indicadas para as picadas de escorpiões.
Outros animais que podem provocar acidentes são:
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